existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
30
Jun 08
publicado por alemvirtual, às 10:47link do post | comentar | ver comentários (4)

img237/7442/corridadasfogueiras086ad2.jpg

aspecto da zona de Partida

 

Cheguei a Peniche, cansada e irritadiça. O dia, demasiado quente, fazia-me temer um desgaste enorme na prova e não estava muito motivada para tal nem para "derreter" sob uma temperatura escaldante. 

Fiz a viagem do Entroncamento para Lisboa num comboio agradavelmente fresco. Em Santa Apolónia, se bem que o termómetro marcasse 34º não se comparava aos quase 40 que tinha deixado. Aguardei alguns minutos e surgiu o carro do Luís.

Instalei-me no banco de trás do carro, esticando as pernas cansadas no assento e aliviando os pés inchados. A rádio (não sei que emissora) transmitia boa música dos tempos da minha juventude e, intercalava os trechos musicais, com observações muito pertinentes. Comecei a apreciar um pouco mais a viagem, mas continuava sem grande vontade de ir correr 15 Km.

 

Para agravar o mau humor, Peniche estava "gelada". Como é possível quase desmaiar de calor umas horas antes e agora enfrentar um vento tão frio? Quem se lembraria de trazer um agasalho?

Comecei a lamentar-me interiormente e a censurar-me por "embarcar" nestas aventuras, enquanto subia as ruas empedradas ao encontro da minha equipa.

O estômago roncava reclamando alimento. Parecia ter engolido um urso. Afinal, só tinha comido um tomate com atum e maionese ao almoço, era natural que estivesse faminta.

Ao chegar à carrinha do meu clube, o ânimo mudou completamente. Fui recebida com abraços e beijos sinceros. Sinto-me sempre muito acarinhada. Eles são parte da minha família, de uma família que recebi por acréscimo ao entrar nas andanças da corrida.

Apareceu, logo, um casaco, miraculosamente.

O estômago animou-se e o sorriso nasceu. Havia bola de carne, bolo de frutos secos, bolo de chocolate e maçã, queijo seco, chouriço, arroz doce e, sei lá, mais quantas iguarias.

Bem, se é assim, fora com o mau humor!

E viva a festa!

 

Peniche é terra de pescadores. Cidade costeira, implantada em zona baixia, proptegida pelos precipícios rochosos das falésias traiçoeiras. Em baixo, o mar ruge e brame contra elas.

Associa-se Peniche ao bom peixe fresco. Terra de gente simples e franca,  de gente lutadora que granjeia o sustento arrancado à força das vagas.

A todos, quantos trabalharam arduamente para me oferecer (e a mais uns milhares) esta festa popular e a boa sardinha assada, muito obrigada.

 

A MINHA PROVA

 

Primeiro, foi um banho de multidão. O encontro com algumas caras conhecidas, a nostalgia que me reporta a Constância e ao Entroncamento. A um passado recente que não voltará jamais.

Depois, foi um mergulho no escuro, ao encontro de pontos luminosos que aqui e ali aumentavam de tamanho à medida que me aproximava. Fogueiras que cresciam sobre as rochas, alimentadas por mãos voluntárias, quebrando as trevas de uma noite sem lua.

E a meu lado, o meu bom amigo António, guiando-me neste sobe e desce do Cabo Carvoeiro. O António, um atleta de mão-cheia, amante das Maratonas e das Ultra-Maratonas, é o meu anjo da terra, sempre que corremos juntos. Aliás, quando ele não está, a corrida para mim, fica incompleta. Ele tornou-se o meu mentor e o meu guia, nos quilómetros que corremos lado a lado. A sua voz faz parte das minhas pernas, da minha vontade e do ar que entra e sai dos meus pulmões. Sinto-me  muito grata por ele correr comigo. Bem hajas, António.

 

Gosto de correr e observar. Correr e sonhar. Correr e rezar. De noite e de dia corro com uma estrelinha azul ao peito. A minha estrelinha...

 

Pontos brancos rasgavam o céu, gritando estridentemente. Eram as inúmeras gaivotas, verdadeiras senhoras destes palácios rochosos.

Lembrei-me de um livro autobiográfico de um amigo do Entroncamento a quem um AVC não o impediu de continuar a voar nas asas do sonho "Voando nas asas de uma gaivota" - Vitor Mateus. 

 

Pesquisando na internet para confirmar o título deste livro, encontrei este comentário e vi logo que eram palavras da minha filha. Foi um choque, sobretudo porque sei que não são palavras delas.

Nas asas de uma gaivota
Enviado por Margarete em 14/06/2007 10:57:11 (148 leituras internas) Contribuições deste autor
Letras

Pensei hoje num incrível momento de loucura subir à janela e atirar-me, apanhar uma gaivota e voar por aí sobre os mares, esquecer quem sou e o tempo que não tenho, esquecer as lágrimas perdidas e no cimo da vida pular de contentamento, esquecer os pensamentos ensanguentados e ser-me assim como nunca fui nas asas de uma gaivota.
Queria eu vencer as batalhas todas de seguida, numa rajada inspirar o amor que sinto não existir no coração dos outros e como se eu fosse pura, mais pura do que as águas cristalinas, ver reflectidos em mim os sonhos deles sem pontas de ódio ou de ruptura... só e apenas assim ser nas asas de uma gaivota.
Cala-te boca! Cala lá todas estas palavras porque hoje a loucura é muita e a febre de sentir me vence, porque hoje a vontade de ir me surpreende.

 

 

Ouvia a canção do mar. Lia as placas do caminho. Uma dizia "Caminho do Inferno", mas não fomos por ali. Não quero mesmo ir por aí.

 

Entre os foguetes da partida (que eu detesto. Tenho medo de foguetes) e o silvo do chip à chegada decorreu 1h 25m e 11s. E foi durante este tempo que percorri os 15 Km, numa corrida satisfatória, com alguma má disposição na parte final, mercê do excesso de bola de chouriço comido antes. Mas nada de grave. Já tinha aderido completamente à festa.

 

Esta foi a prova onde senti mais interacção com o público. Sobejaram incentivos e aplausos. Não seria a mesma se lhe faltasse esta moldura humana.

 

Se a prova fosse só para mim, daria o tiro de partida meia hora mais cedo. Como sou lenta haveria tempo para escurecer e realçar o brilho das fogueiras...

Se pudesse, roubava um pouco à faixa da estrada por onde circulavam os veículos, a fim de não ser tão compacto o cordão humano das fogueirinhas e das fogueiras.

 

 

 

img237/6882/corridadasfogueiras117ol5.jpg

na sardinhada


24
Jun 08
publicado por alemvirtual, às 13:37link do post | comentar | ver comentários (1)

Mudei de sexo!

 

 No site http://www.unilogica.pt/ onde figuram as classificações do Grande Prémio Museu Ferroviário do Entroncamento, colocaram-me na lista dos MASCULINOS.

 

61 454 367 ANA PAULA PINTO 45 M VET/2 INDIVIDUAL

Nada de grave, mas não me sinto muito homem...

 

  

 

 


22
Jun 08
publicado por alemvirtual, às 23:31link do post | comentar | ver comentários (2)

Chegou o grande dia.

Bela manhã de início de Verão com um sol radioso, quente e luminoso, uma levre brisa para refrescar e nós, eu o Daniel e o Miguel ( o meu filhote) a postos para o Grande Prémio do Entroncamento - Museu Ferroviário. Para o Miguel seria a sua estreia numa prova de atletismo. Com apenas 3 semanas de treino, a nossa apreensão era grande. Será que aguentaria correr 10 Km? O objectivo era apenas completar a prova, mas também completá-la sentindo vontade de continuar nestas "corridas". Uma primeira experiência frustrante poderia ser desatroso. Obriguei-o a um ritmo lento. Quilómetro após quilómetro, lá se foi aguentando, sem grande esforço.

Ao chegar ao quilómetro 7, tinha a certeza de que chegaria à Meta. E chegou. E ainda conquistou um troféu. 3º Classificado, Júnior. Parabéns, Miguel! Parabéns sobretudo por nunca teres desistido e por teres aceite este desafio "arrojado". Outras provas se seguirão...

 

Excelente organização. Prémios fantásticos. Aplausos das gentes nas ruas e nas varandas. Percurso muito bonito e variado. Desde as avenidas da cidade até ao verde campestre do Parque do Bonito. Encontrei mil razões e todos os motivos para adorar esta prova. Para querer repetir e para a recomendar.

 

Encontrei também caras conhecidas. Da terra e de fora da terra. Como o Carlos Lopes.

 

Correr na nossa terra tem outro sabor. Sabor acrescido quando se corre com o filho ao lado.

img258/6450/dscn1142ly6.jpg

antes da prova. A Filipa comigo e com o Miguel

img528/1292/dscn1144gf8.jpg

momentos antes da Partida

img528/3517/dscn1149lp2.jpg

ao início. Eu, o Daniel e o Miguel

img258/6561/dscn1153vw1.jpg

à saída do túnel

img258/5012/dscn1166ad0.jpg

à entrada da nossa rua. em frente à nossa casa

img528/5554/dscn1173jn9.jpg

no maravilhoso Parque do Bonito

img258/5140/dscn1174sb3.jpg

ao quilómetro 8

img258/7576/dscn1181xm5.jpg

os quatro após a prova

img258/2156/dscn1192ky7.jpg

o troféu do Miguel

img528/372/dscn1204jj8.jpg

em casa a receber o troféu

 

Partida e Chegada perto do Bonito, no Pavilhão Municipal do Entroncamento. Quase 600 atletas. O mais velho, com 83 anos, recebeu um Troféu especial. Gostava de fazer um relato objectivo e promenorizado da prova, mas estou cansada e amanhã é dia de trabalho... fica para a próxima.

 

 

 


15
Jun 08
publicado por alemvirtual, às 16:37link do post | comentar

foto de sergiocomboios.googlepages.com/foto_135Entron...

 

Vai ser a grande estreia do meu filhote numa prova de atletismo.

A terra onde cresceu será a terra que o irá acolher na sua primeira corrida.

Objectivo? Apenas completar a prova, correr com prazer e chegar com vontade de querer continuar nestas "andanças".

Planeio já a sua segunda participação: Corrida das Fogueiras.

 

Entroncamento, terra de fenómenos e de comboios.

Poderemos não ser um fenómeno na corrida. Não seremos, certamente, um comboio de alta velocidade. Ainda que sejamos parecidos com umas locomotivas a vapor, temos uma vontade férrea, inquebrantável, como é de se esperar (passe a imodéstia...), mais resistente que os carris que sulcam o país de lés a lés e aqui se entrecruzam.  

 

Por isso, Entroncamento, aí vamos nós! 

Só espero que sejamos dois dos 600 primeiros atletas para recebermos um medalhão...

 

 

 

 

 

 


09
Jun 08
publicado por alemvirtual, às 19:45link do post | comentar | ver comentários (3)

CONSTÂNCIA, 7 de Junho de 2008

img377/1037/dscn0731dk6.jpg

 IGREJA DA MISERICÓRDIA

img377/9236/dscn0733jz4.jpg

 

img390/6249/dscn0742ca8.jpg

 

img156/9981/dscn0754uf6.jpg

 

img296/7323/dscn0787qc9.jpg

 A QUINTA DO LAGO

img296/3179/dscn0792uk9.jpg

 

img77/474/dscn0830sy6.jpg

EU, O MIGUEL, A FILIPA E O ALEXANDRE

img296/7420/dscn0841hw1.jpg

 AS FOTOS DOS NOIVOS QUE SERVIRAM DE "MOTE" À DECORAÇÃO DAS MESAS

img296/4507/dscn0790bf5.jpg

 A INDICAÇÃO DOS APERITIVOS

img77/5421/dscn0749sc5.jpg

 

img296/5136/dscn0929kw4.jpg

 O RAMO de noiva

 

(Oferecido à Margaret)

 

FELICIDADES XANA E LUÍS FILIPE

 

E foi com as vozes maravilhosas do Grupo Coral entoando Avé Maria de Schubert que a Xana entrou na Igreja...

 

 


mais sobre mim
Junho 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

16
17
18
19
20
21

23
25
26
27
28

29


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO