existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
29
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 21:33link do post | comentar | ver comentários (3)

 

(um "tratado", no mínimo, é o que este título sugere, ou deveria obrigar; até porque, "Tratamento e Prevenção de Lesões no Desporto" foi o último livro que recebi de oferta; prenda do meu filho...)

 

 

Até daqui por uns meses, não haverá corridas que é como quem diz, não poderei correr.

A lesão permanece e não dá sinais de abrandar. Pensa-se que me acompanhará o resto do "tempo"...evidente que, quando se fala de "tempos", tudo é relativo...

 

Não é assim tão drástico. Afinal, aconteceu-me o que acontece, de uma forma ou de outra, a muita gente que corre, ou corria.

 

Fica o gosto de conhecer o gosto da corrida.

Além disso, se falamos de "tempos" na "próxima semana" é um horizonte de tempo curto e assim se passarão os dias, com eles as semanas e os meses.

 

Ainda acho que, em breve (outra noção de tempo), voltarei a correr.

 

Até lá, terei de fazer, entre outras "reabilitações", exercícios para desenvolvimento muscular e reforço articulatório (para ver se "aguento o peso do corpo":-)) até "cheira" a ironia, se se imaginar os 45 quilitos:-)))

(teimosa, é um dos meus melhores atributos:-)) mas eu prefiro dizer que sou "de.terminada")


24
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 22:59link do post | comentar | ver comentários (3)

 

 

Um tributo. Uma sugestão da Raquel. Uma identificação contigo.

 

 


publicado por alemvirtual, às 00:23link do post | comentar | ver comentários (1)

 

 

 

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda minha a saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

 


21
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 21:09link do post | comentar

Que alegria quando o sol rompe as nuvens e se espreguiça sobre os campos!

Há muito que não passávamos por ali. Há muito que não estávamos juntos. Há muito que não ríamos juntos! É bom redescobrirmos a alegria simples de uma gargalhada. De uma recordação partilhada. De um sabor perdido. De um limão colhido da árvore e dos pés húmidos na erva molhada. Saborear um cheiro a nós...

Sim, que há cheiros que se sentem no paladar frutado de um vinho do Tejo.

As recordações correm rápido. Velozes nos sinos repicados e nas Avé-Marias repetidas ao longo do dia. Vibrantes. Vibrando. Os sinos e nós. Pelos trilhos da memória.

 

E como o sonho nunca nos deixa, até falei sobre os Trilhos de Sicó...um caminho a trilhar; outro sonho acenando...

 

 

 

Recordando Trail do Alqueva

 

http://www.espiralphoto.com/


18
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 21:13link do post | comentar | ver comentários (4)

 

Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir.
Numa outra brincadeira passam mesmo à beira, sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo: "O meu nome é Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela".
Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela...

 

(Refrão)
Então,
Bate, bate coração!
Louco, louco de ilusão!
A idade assim não tem valor.
Crescer,
Vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.

Cinderela das histórias, a avivar memórias, a deixar mistério.
Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério.
Ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou.
Com a cara assim molhada, ninguém deu por nada, ele até chorou...

 

(Refrão)

 

E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses bons momentos, houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela: "Sabes Cinderela, eu gosto de ti..."

 

Cinderela, Carlos Paião

Lindo... há lindas "coisas pirosas"

 



17
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 21:32link do post | comentar | ver comentários (3)

O mês de Novembro avançava a passos largos. Quase tão largos quanto a sua passada. Tinha entrado no bulício da cidade. Apressado. Saído para a rua, naquele final de dia, quando a noite também alarga a passo para chegar à frente das luzes amarelas dos passeios. Uma corrida de luzes e de sombras. Desafiava o tempo. Estugava o passo e sorria. A temperatura baixava, consideravelmente, apesar do dia ter sido soalheiro. Aconchegou a gola do casaco e sorriu ainda mais. Uma sensação de conforto invadiu-o. Protegido do frio antecipou o prazer do calor da sua lareira acesa. Tinha pressa. Dentro de uns minutos rodaria a chave na fechadura...

 

 

Amanhã vou a nova consulta. Este fim-de-semana vou experimentar correr! No sábado fará 1 mês e 17 dias sem correr (não digo "calçar sapatilhas", como seria habitual, pois... Tenho saudades da "prisão" dos saltos e da "liberdade calçada" ao fim da tarde).

 

...ainda ouviu um grito abafado. Depois, mergulhou nas trevas da inconsciência...

 

Não é trágico. A história continua de modo (im).previsível...


11
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 19:49link do post | comentar | ver comentários (5)

           Três Minnies:-)) para incentivar os alunos

 

 


03
Nov 10
publicado por alemvirtual, às 20:16link do post | comentar | ver comentários (2)

Não sabe porque chamava "Tia" à irmã. Ela não sabe porque lhe chamava "Xolho". O que é certo é que ela foi "Tia" até que, um dia no colégio, quando a mais nova usava o Castelo Amarelo e a mais velha o Castelo Branco (respectivamente, 1º ano do Ciclo Preparatório e 1º ano do Liceu) esse epíteto lhe valeu uma reprimenda tal que, nunca mais, o Xolho se atreveu a chamar Tia à mana!

 

Algumas memórias ficam, como se de registos fotográficos, ou filmes antigos se tratassem. Não filmes mudos, a preto e branco, nem fotografias como aquela sentada, sem legenda, mas que recordo ser na Costa de Caparica, tirada por um dos fotógrafos que percorriam o areal carregados com máquina altas e estranhas. Essa mostra uma menina a franzir o sobrolho, lábios grossos e cabelo curto "à rapaz"; fato de banho de duas peças, estampado com motivos minúsculos, em cima de um cavalo de madeira e pés assentes na areia ondulante da praia. Tudo em tons de cinzento e preto. Recordo-me, porém, que o fato de banho era azul e amarelo, o cavalo era castanho e a areia dourada.

 

Da casa onde nasci, recordo algumas imagens. Pequenos excertos de quase três anos lá passados. Diz-se que é dificil recordar os primeiros anos de vida. Eu recordo alguns episódios. (agrada-me a palavra "recordo"; é reconfortanto; recordar é reviver a vida, na primeira pessoa)

 

Esta não era a casa nº3.  Era uma casa assombrada, dizia a minha mãe. Ficava num dos "socalcos" onde se erguia o casario da vila. Por isso, casas e quintais surgiam em patamares.

Era uma casa com um corredor enorme, da qual nada mais recordo, além de que, ao fundo, havia a cozinha. Daí, acedia-se a um grande terraço com chão de cimento. Abaixo dele, o quintal do "A" (vou omitir o nome, se bem que me lembre dele), um homem com ar de velho que padecia de uma doença mental e a quem todos chamavam "O Tonto". Tinha pavor até de ouvir o seu nome, quanto mais pensar na possibilidade de me aventurar no terraço e ouvi-lo  falar sozinho! Muito menos ultrapassar aquela barreira enorme de uns três ou quatro degraus que separavam o terraço, fronteira do meu mundo conhecido, do quintal inexplorado. Do quintal, apenas o fascínio pelas laranjeiras em flor falava mais alto que o receio do desconhecido. O medo era vencido pela atracção do cheiro. E esse aroma intenso, floral, exótico havia de permanecer em todas as casas do Ribatejo. Impregnou a minha infância e embebeu-a de sons de asas de abelhas.

 

A "Tia" era uma menina linda. Diziam que era uma boneca. Chamavam-lhe "Menino Jesus". Pele muito branca, olhos verdes e cabelos claros, quase dourados, enracolando levemente nas pontas...

O "Xolho" morena, cabelo curto, olhos escuros e reduzida estatura, observava o mundo olhando-o de cima das escadas...

 

Eu recordo-me dela, choramingona, mimada, frágil demais e birrenta, engolindo em troca de um brinquedo ou qualquer outro capricho, duas colheres de canja.

Ela recorda-me como uma menina feia, magricela, com um apetite voraz e uma pele muito escura.

Ela manteve-se linda, frágil, mimada. Eu continuo magra e com um apetide devorador.

Eu sou a sua protegida. Ela a minha protectora. São os contrastes entre a Tia de porcelana clara e o Xolho de barro escuro.

 

Mas o que eu queria era contar aquela vez em que a Tia pôs o Xolho debaixo da torneira do quintal... Devia ter uns três anos...ela menos de seis. Recordo-me da aflição debaixo da água. Ela recorda-se que eu era pequena e cabia lá, perfeitamente...

 

Outra noite, contarei, aquela vez, em que ela me ensinou a acender o candeeiro e eu dizia: "´ai tá...´ai tá": tradução - Já está! Já está! Ou quando eu me escondi num armário (ou foi ela que me pôs lá?):-)) e toda a família chorava, quando alguém levantou a hipótese de eu ter caído para o quintal do "Tonto"...

 

A foto é minha e é o Tejo em Constancia, Abril de 2007


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