existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
30
Set 08
publicado por alemvirtual, às 22:14link do post | comentar

Depois de ter corrido na sexta-feira 11 km entre o Entroncamento e a Barquinha, hoje, repito a "proeza", ou seja, uma corridita. Se é treino ou não, não sei. Não aprecio muito nomes pomposos. Chamar treino é demasiado "cheio de pompa e circunstância" para aquilo que faço. Pressupõe que haja uma planificação e um objectivo (ou mais) a alcançar. Não tenho nada disso, logo não é treino. É uma repetição do acto de correr.

Claro que gostaria de... sei lá tanta coisa. Inicialmente, dizia que corria por alguém que não podia correr. Depois, costumava dizer que corria pela minha filha. Ela tinha um orgulho desmesurado na mãe. Se quiser ser totalmente sincera, não sei se corro por alguém nem se alguém me faz correr.  Melhor, correr "ajuda" alguém? É claro que não. A relevância disso apenas existe na intenção com que se faz. Nada transparece para além da imagem que mostramos. Uma coisa é certa: corro sempre com a minha estrelinha azul. Mas também ando com ela, falo com ela, durmo com ela... correr não é diferente.

Dizia eu que gostaria de "fazer imensas coisas na corrida". Uma Maratona por exemplo. Quem nunca pensou nisso desde que correu pela primeira vez? "Gostar de" significa apenas isso. Não quer dizer que possa (ou que realmente queira. Será que quero?) vir a fazer. Como outras coisas. Tantos e tantos "sonhos" nunca passam disso mesmo, de quase sonhos não ultrapassando o plano utópico das palavras. Porém, se todos alcançassem tudo  na vida como se compreenderia o conceito de diferença, individualidade,  potencialidade, dificuldade? Ou de genialidade, supremacia ... e outras coisas tais?

Sendo assim, cada um tem o seu valor e os seus valores. Também cada um  tem o seu projecto de vida (e eu creio um Destino determinado, mas talvez não totalmente determinista (?)).

Depois de correr 15 Km, no Parque da Paz, naquilo que pomposamente pode ser apelidado de treino (Mentira! Corri apenas porque trazia a cabeça "feita em água" e correr é um bom remédio), senti o que sinto sempre em distâncias um pouco maiores. Dores, dores nos joelhos. Também noutras articulações, mas sobretudo nos joelhos.

Curiosamente, não me sinto cansada. O ardor no peito (reduzi o tabaco) passou. Corri sentindo-me leve, muito leve. Tentei imaginar-me a fazer o dobro da distância e percebi que isso seria impossível. Todo o corpo reagiria bem, se houvesse uma correspondência linear e simplista, menos os meus adorados joelhos. Estava tudo muito bem; respiração, batimentos cardíacos. Não me sentia em esforço e naquele ritmo poderia correr "até ao infinito"; sentia-me no "modo automático". Mas não. Os joelhos não aguentam, fraquejam. Já nem falo no pé direito inchado. Coisa que nunca passou nem vai passar. Consequência de uma lesão ocorrida há mais de dois anos.  

Portanto, dou-me por muito feliz pelo dom maravilhoso que é correr, independentemente da distância. Por andar, ainda que coxeie. Por ver, ainda que alcance horizontes limitados. Por ouvir, ainda que seja o ronco surdo e constante dos motores na A2 ou na Ponte. Por falar, por agarrar num garfo, por viver.

 

 

Temos mais um jovem nos nossos "serviços". Tumor cerebral (graças a Deus benigno). Ouvi-lhe a fala mal articulada. Vi a perna que arrasta ao andar. Tem outras problemáticas associadas por consequência da localização do tumor e como se não bastasse muitas carências sócio-económicas. Vi tudo isto nele e já vi, infelizmente, este quadro vezes de mais na vida.

Às vezes apetece-me fechar os punhos e bater nas portas e nas paredes. E gritar, gritar toda a revolta e impotência que crescem dentro de mim.

Por isso, fui correr. Há muitos dias assim.

 

Então, como raio (para não dizer uma palavra que entrou no meu vocabulário ultimamente e é ainda menos bonita) eu me vou queixar de uma dorzita insignificante nos joelhos? E posso eu lamentar não correr uma Maratona? É algum constrangimento grave à minha felicidade?

Apetece-me rir (e faço-o muitas vezes) de mim mesma e das estúpidas lamentações.

 

Vou correndo de vez em quando.


olá! Correr faz bem á saúde. Eu pessoalmente, não gosto de correr, mas admiro que corre, por prazer e por gostar. As melhoras do pé! beijos e uma boa semana! Gostei deste espaço, mas o facto de ter tantas fotos, faz com que não se leia bem o que escreve. A leitura só foi possível, indo ao sítio onde está o seu perfil. Desculpe a minha crítica. Mas isso não quer dizer que não volte cá. gosto do espaço!
nuno a 1 de Outubro de 2008 às 15:00

olá! retiro o que disse....é possível ler o que escreve, pois quando o blog abre, passado uns segundo fica tudo a preto, mas como eu sou inexperiente em blogs da sapo...... desculpe, pelo que disse em cima..beijos
nuno a 1 de Outubro de 2008 às 15:17

Olá Nuno

Não tem que pedir desculpa. Até agradeço as sugestões e críticas que possam fazer.
Já tive música no blog, tirei porque a minha filha me disse que era cansativo para quem estava a ler. Concordei com ela fazendo a experiência entrando noutros blogues com rádio.
Bem sei que está muito pesado com esta apresentação, mas foi deliberada. As fotos têm significado para mim. Mas se andar por aqui, vai ver que "volta e meia" mudo o aspecto.

Obrigada pela participação

Beijinho
Paula
alemvirtual a 1 de Outubro de 2008 às 20:20

Olá Ana Paula

também eu vou correndo de vez em quando, menos do que queria mas talvez por isso correr seja sempre tão bom.
Obrigado pelas "palavras de corredora" lá no blog deste seu "vizinho", sempre um prazer enorme receber a sua visita.
Continuação de boas corridas, mesmo que sejam de vez em quando e um dia destes encontramo-nos por ai.
António Almeida
António Almeida a 1 de Outubro de 2008 às 23:52

mais sobre mim
Setembro 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29


pesquisar neste blog
 
blogs SAPO