Pedi esta divisa emprestada. Não é minha. Muitos saberão que é o lema dos "anjos que caem do céu".
Não sou anjo, não ando nas nuvens. Sou um ser menor, mas com uma vontade maior, uma vontade de correr...calcei umas sapatlhas e fui...
Depois de uma semana com pouco descanso e excesso de cigarros, senti-me uma verdadeira combatente lutando comigo mesma, com a dificuldade na respiração e a fraqueza nas pernas. Eterna luta travada entre o bem e o mal. De uma lado uma vontade fraca que me leva a não resitir ao prazer(?) de fumar, do outro uma vontade férrea que me leva a não desistir de um prazer maior: correr. Espero que, definitivamente, ganhe a corrida. Por enquanto vou travando estas lutas, ganho pequenas batalhas e perdido outras tantas, ora no campo aliado (a corrida) ora no campo inimigo (o tabaco).
Corri 1h 4 minutos: 11,830Km. Gostava de ter tido companhia. Não que me importe de correr sozinha. No entanto, sinto saudades de um treino em amena "cavaqueira". Comigo correram apenas as lembranças.
Fiquei muito sensibilizada ao ver no site da AMMA o post que tinha colocado no blogue, divulgando a minha intenção de fazer a corrida de Constância em homenagem à minha filha, a mesma referência no MUNDO DA CORRIDA no blogue da Ana e todas as mensagens que recebi em público ou privado, manifestando adesão a esta "causa".
Bem sei que é uma intenção muito pessoal, mas como ao longo dos últimos tempos de vida da Margaret recebi muito apoio da parte dos meus novos amigos, deste mundo igualmente novo para mim da corrida, senti-me à vontade para expressar publicamente este propósito.
Encontrei bastante feedback na "comunidade" próxima e na do atletismo. Recebi manifestações sinceras de pessoas que nem sequer conheço. Sei que muitos irão fazer esta prova em memória da minha filha e, de uma maneira geral, de todos aqueles que travaram a mesma luta contra o cancro. Sei, também, que, mesmo sem a parte visível desta união (a t-shirt), muitos estarão connosco. Sei, por fim, que não estamos sozinhos nesta "corrida"; uma corrida que terminou depressa demais para a Margaret.
Por tudo o que representam as manifestações de apoio, carinho e compreensão quando refiro o nome da minha filha, quero expressar a todos os meus sinceros agradecimentos e dizer-vos que é comovidamente que lhes digo "obrigada".
Até Constância...
Obrigada
Que nunca por vencida a conheçam! (a Margaret que foi e é para mim e para muitos uma heroína)
Ana Paula Pinto