existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
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Mai 07
publicado por alemvirtual, às 09:45link do post

 

Sob um sol fulgurante lutando contra uma réstia de neblina matinal, se fez uma corrida de esperança perene...

Em cada passada se evocavam  batalhas travadas e vencidas, lutas perdidas, risos e lágrimas sentidas ao sabor da crueldade de uma doença que, no dia 5 de maio, teimámos em vencer. Naquele que foi um pequeno contributo para um dos maiores desafios da humanidade na área clínica, 3000 pessoas uniram-se, vestiram uma camisola ilustrada pela mão de quem convive diariamente com esse inimigo silencioso, de quem vê a sua juventude ensombrada pelas paredes frias de um hospital e mostraram que não se pode "fechar os olhos ao cancro" (este era o slogan dos bonés distribuídos gratuitamente).

 

Foi na véspera do Dia da Mãe. Quantas mães ali estiveram presentes...quantas corriam pelos filhos...pelos maridos...pelos pais e pelas mães...

 

Eu corri, ou melhor, andei mais que corri. Arrastei-me durante aquele percurso, lindo, luxuoso, singular como é o Parque das Nações, naquele momento, o Parque de Todos os Sonhos. Até da água do Tejo, que se espraia já sobre as areias do mar, se levantaram sonhos e povoaram a calçada onde corremos.

Doía-me o pé, coxeava, era a imagem do esforço, mas nada comparável a um outro esforço, a uma outra coragem que tão bem conheço...

E foi ao encontro desse outro olhar de coragem, desse outro esforço constantemente renovado que partimos...

A ela lhe entreguei o meu boné e a camisola com que tinha corrido.

Nela encontrei o mesmo sorriso rasgado nuns olhos cada vez mais tristes...

 

 

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À espera do "vulcão de água"

 

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Ao lado direito, sobre uma ponte no rio, já os mais adiantados corriam pela esperança

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Um aspecto do largo do Pavilhão de Portugal, onde nos inscrevíamos, recebíamos t-shirts e bonés, gelados, água e diploma

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Os braços intrincados desta árvore, fizeram-me lembrar o labirinto que se percorre para vencer o cancro...por detrás de cada nó, uma flor aparece...para não perder o alento, para mostrar que há vida...

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"Não feche os olhos ao cancro"

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Portalegre...Casa do Poeta José Régio...

 

Cântico Negro...

"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"

 

(Essa é a nossa vida e o cancro)

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Um sorriso, à chegada...

Foi por ela que corri

 

Será por ela que, na terra sua eleita, irei tentar os 30 km...tudo para lhe ver mais um sorriso

 


Mais uma vez li e mais uma vez senti que na verdade a nossa vida é feita de caminhos desconhecidos, sempre sem saber o que virá para além da próxima curva. Ontem estive mais a minha mãe e o meu pai noutra prova de luta, Corrida Sempre Mulher. Espero que estes pequeníssimos gestos de ajuda que temos praticado ajudem a viver um dia a dia mais confortável e feliz, pois ao visitar este pedaço de alma acredito que a força e a alegria de viver estão aqui presentes em palavras tão sentidas que me fazem emocionar.

Muita força e que a vida seja muito mãe !!!!!!!!!!
Beijocas e boa semana.
Anónimo a 7 de Maio de 2007 às 22:15

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