existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
02
Fev 07
publicado por alemvirtual, às 19:20link do post | comentar

Texto escrito em 1995 destinado a ser dramatizado por crianças na faixa etária dos 7/10 anos. Música de fundo de Vangelis. Apresentado na Festa da Vida. 

 

 No princípio, antes de Deus criar o Mundo, não havia nada, apenas o vazio, depois o caos. Então, Deus criou o Sol, as Estrelas e a Terra…

A água nascia fresca e límpida, formaram-se os lagos, os rios e os mares.

A Terra surgiu como um jardim coberto de flores…flores lindas, nas cores mais belas…colorindo o chão e perfumando o ar. Cresceram árvores, formando florestas, bosques e pomares….dos seus ramos pendiam saborosos frutos.

Tudo era belo e puro…

A Terra foi, então, povoada por animais. Uns mais fortes e poderosos, outros fracos e indefesos. Alguns extinguiram-se, outros evoluíram, outros permaneceram iguais à sua origem.

Então, Deus criou o Homem. Esta era a criatura mais perfeita, a Sua obra-prima, o auge de toda a criação. Mas os homens não souberam amar a obra de Deus nem amar os outros homens. Lutaram entre si e o mundo conheceu a guerra.

 

Deus tudo via e ficou triste. Manifestou-se e falou pela boca de alguns homens a quem chamaram Profetas. Os Profetas anunciaram:

 

“De Israel sairá uma luz,

A Luz da palavra de Deus

Deus reinará sobre todos os povos.

Já não se destruirão mais na guerra.

Habitará o lobo com o cordeiro,

o novilho brincará com o leão

o cabrito e a pantera pastarão juntos,

uma criança levá-los-á a pastar

Vinde! Caminhemos à Luz de Deus”

 

Os que amavam a Deus aguardaram a Luz Divina que havia de surgir em Israel. Outros ignoraram estas palavras e continuaram nas trevas do ódio e da destruição.

Deus que muito ama o mundo teve pena de tantos inocentes e manifestou-se mais uma vez:

 

“ Eu sou a voz que clama no deserto. Preparai os caminhos do Senhor e endireitai as suas veredas.

O Filho do Homem está próximo.

Eu sou aquele que não é digno de lhe desatar a correia da Sua sandália”

  

Deus enviou o Seu Filho que, tornando-se Homem, falava ao Mundo, proclamando o Amor a Paz. Falava do Amor de Deus, da Sua bondade e da sua compreensão.

Muitos ignoram-nO, rejeitaram-nO e mataram-nO. No entanto, a semente da Sua Palavra ficou, cresceu e deu e deu frutos. Os que amavam a Deus eram cada vez mais, e multiplicaram-se, e não param de aumentar. Mas ainda, hoje, há quem O ignore, O rejeite e O ofenda.

 

  

Há homens surdos que não ouvem a música do vento, nem do mar, nem do canto das aves…

Há Homens cegos que não vêem a cor do céu, nem das flores, nem o encanto de toda a natureza…

Há homens frios que não sentem o calor do Sol, nem o fresco das sombras, nem a magia da neve que cobre a serra…

Há homens egoístas que não repartem com os outros a abundância do pão…

Há homens mudos porque lhes tiram a voz e a Pátria…

Há crianças que choram, porque há homens assim….

 

Deus quis que os homens fossem livres e felizes. Entregou-lhes a Terra, este Paraíso azul, para que nele vivessem, fossem livres e felizes. Mas em muitos lugares desta Terra, que quase já não é azul, os homens não são livres nem felizes. Destroem-se a si e destroem a Terra.

 

Abatem florestas inteiras…

Exterminam animais…

Em nome do progresso ameaçam a vida na Terra…

Em nome da Paz, fazem a guerra.

 

 

Mas Deus dá, em cada dia, uma nova esperança ao mundo e em cada criança que nasce a oportunidade de corrigir estes erros. Sempre que a noite cai é como se um ciclo de vida se fechasse, sempre que o sol desperta, a possibilidade de renascer para o bem. Todos os dias se pode começar um mundo novo. Basta querer. Mas os adultos tornaram-se insensíveis e não compreendem estas coisas fáceis e simples. Para mudar o mundo basta ter um coração de criança, um coração confiante.

As crianças querem ter o direito de viver nesta Terra que Deus lhes preparou e lhes deixou de herança. Uma Terra verde e azul, povoada de animais e de flores, onde conheçam a Paz e o Amor e onde só Deus possa dar e tirar a vida. As crianças acreditam, confiam e esperam. Querem que o mundo conheça a palavras de um Homem chamado JESUS.

 A.P. 


publicado por alemvirtual, às 14:42link do post | comentar

 

 

Hoje, vou voltar a treinar! Passaram quatro semanas desde que corri pela última vez. Finalmente, deram-me “luz verde” para recomeçar. Uma lesão obrigou-me a prescindir daquilo que, nestes últimos tempos, mais prazer me dava: correr.

Calçar uns ténis e sair ao final do dia, partilhando a pista ou as bermas das estradas com outros amantes da corrida, tornou-se para mim mais que um hábito, mais que uma necessidade…tornou-se verdadeira fonte de água pura onde eu bebia, sedenta de tempo livre de mágoas. Era (e vai voltar a ser) na corrida que as angústias e os medos de uma existência difícil se diluíam como fantasmas desvanecidos perante a luz.

Correr… algo tão simples, tão ao alcance de mim e ignorado durante tantos anos. As coisas fáceis e simples, muitas vezes se ocultam diante dos nossos olhos. Para as ver necessitamos de as olhar com “os olhos do coração”… e que deleite a sua descoberta…

Eu descobri a corrida porque alguém a desvendou aos meus olhos. A venda caiu e comecei a enxergar…Esse alguém mostrou-me aquilo que mais “amava” na vida: correr nos campos, na praia, na estrada, numa pista…apenas e sempre, correr. Um acidente de viação roubou-lhe a possibilidade de voltar a cortar Metas.

 Sentia no seu olhar a saudade desses tempos, a dor contida nas palavras ditas e a dor calada nas palavras por dizer… creio que o seu coração chorava, sufocava a angústia do “nunca mais”.

Hoje, eu corro por ele e com ele, ou será ele que corre em mim?

Ele acompanha-me, incentiva-me, orienta-me e corrige-me. Cada passada que dou são os passos que ele desejava dar. Está do “lado de lá” das provas. Agora, faz parte da multidão anónima colocada ao longo das estradas. Outrora integrava o grupo daqueles por quem essa multidão se deslocava e a quem aplaudia.

Pouco a pouco ganhei uma admiradora fiel: a minha filhota. Ela espera que eu corra a Meia Maratona (algo inimaginável há uns meses atrás). Até aqui, também nunca acreditei, agora tenho uma dupla motivação para tentar… por ela e por ele.

Ela “corre”, contra o tempo, num caminho sombrio que o espectro do cancro acompanha. Acredita que, um dia, há-de correr mais que ele até perdê-lo de vista. Eu também quero acreditar; ter fé que a palavra “Meta” esteja muito longe de ser alcançada. Abrir os olhos e descobrir que alguém a arrancou do seu caminho e, em seu lugar, colocou a palavra “Partida”. Partida para uma vida com sonhos, com sorrisos e projectos…

Desta outra “corrida” falarei, talvez, outro dia. Há momentos em que o sofrimento sufoca as palavras. Sente-se, apenas.

Hoje, vou voltar a correr e, por breves momentos, tudo será esquecido (?).

Um dia, ainda vou fazer a Meia Maratona. Nesse dia, gostaria de ganhar duas medalhas: uma para ele, outra para ela. Merecem. Assim eu consiga.

AP


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