existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
30
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 13:12link do post | comentar | ver comentários (2)

 

A desertificação avança cada vez mais. Vêem a mancha verde cada vez mais reduzida? E os focos avermelhados dos incêndios? Pois é...lamentavelmente o nosso mundo é cada vez menos verde, mais seco e estéril... Em contrapartida, aumentam os índices de poluição, destacando-se as emissões de CO2 para a atmosfera (nem se fala já na poluição das terras e das águas), sobretudo causadas pelos combustíveis das nossas "queridas pernas" actuais.

Há que reflorestar para inverter esta situação alarmante (entre outras medidas). Plantar uma árvore não basta, mas ajuda. Evitar que uma se queime ajuda muito mais, já que se corre contra o tempo, na salvação do planeta.

 

Quando corremos na berma das estradas citadinas, confrontamo-nos com os fumos e poeiras, a circulação ininterrupta de veículos buzinando, acelerando para efectuarem uma travagem brusca uns quantos metros à frente, o ronco contínuo dos motores... prédios e mais prédios... confusão, caos total...

 

Hoje, fiz um treino de estrada. Estava a precisar. Subidas e descidas. Calculo que tenha corrido cerca de 7 a 8 Km. O objectivo era fazer 55 minutos de corrida lenta. Fiz 50´ 36´´. Complei o circuito escolhido, mas não cheguei ao tempo previsto.

 

 

Em casa fico um pouco triste. Até quando é que o nosso "mundinho" vai aguentar?

Tanto se fala em desenvolvimento sustentável...Começo a pensar que não passa de mais um conceito "oco" ao nível do discurso político...

Porque até agora só houve dicotomia entre desenvolvimento e sustentação ambiental? Será inevitável a prevalência da destruição ecológica para que possa beneficiar do progresso científico e tecnológico? Quase desejo viver no tempo da minha avó e  ir buscar àgua à fonte.

Ciência, Tecnologia e Ambiente deveriam ter sido entendidos, desde sempre, numa perspectiva sistémica....

 

Eu quero que a Primavera seja de novo Primavera...o Verão quente de céu azul e límpido, não quero ver mais o tom cinzento escuro em Agosto...Quero chuva e frio, no regresso às aulas. Quero acender a lareira em Dezembro. Não quero manga curta em Novembro. Foi assim que aprendi, não porque alguém me disse ou li nos livros, mas porque VIVI.

 

Quero continuar a poder correr nas estradas...a ter ar para respirar...água para beber...sol para me aquecer...poças de chuva onde chapinhar...

Estou saudosista de um planeta mais puro.

 

 

Lembrei-me de uma canção lindíssima de Roberto Carlos..." As Baleias". Fica aqui um excerto...

 

Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

(Roberto Carlos)

                    (foto retirada de: www.ufrgs.br/.../apatrian/baleia%20contra.jpg)

 

 


29
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 17:54link do post | comentar

 

 

 

Por vezes, fechamo-nos tanto nos nossos pequenos casulos que qualquer esforço, ainda que mínimo, para sair deles, se assemelha a vencer  falésias escarpardas...

Creio que, uma vez mais, eu estava a cristalizar-me no meu casulo. Lutei comigo e a "outra alma", aquela que não desiste, venceu. Parabéns à "tipa".

 

  

Hoje, treinei no Parque da Paz.

 

Ainda bem que existe este óasis verde, perdido na selva de cimento.

 

Encosta acima, o arvoredo e as flores  transportam-nos para um autêntico cenário campestre. O esvoaçar de melros, pardais e gaios completa o quadro...Acima, no céu azul cegonhas planam, majestosas...

 

Nos imensos espaços relvados e nas imediações dos lagos, patos bravos e garças passeiam calmamente, indiferentes às muitas famílias que aqui vieram com os seus pequenitos.

 

Escolho as veredas circundantes do Parque, aquelas que mais fazem lembrar o campo e corro...sinto o cheiro dos pinheiros e das giestas...subo até ao alto, até onde é possível chegar...ao subir, é o verde que nos guia...

Desço...Tenho que treinar as descidas. Dói-me a coxa. Esta dor, permanece. Teima em prender-me os movimentos. Sinto-me presa, não consigo...dói cada vez mais. Receio pela Corrida dos Sinos. Ah! Como eu quero imaginar que os sinos a repicar alegremente, numa saudação de vitória à minha corrida e ao meu esforço! (Pois, não pode ser menos que os carrilhões de Mafra a prestrar tributo, aqui à "meia-lesma")

 

Emociono-me sempre ao ver os braços estendidos do Cristo-Rei. Ele vela por nós, por esta e por "aquela margem"...

Vejo-O ao descer e desço com os olhos Nele.

Vejo-O da minha janela ao levantar-me.

Vejo-O do terraço quando me deito.

Ele lá está, sempre. Numa postura um pouco curvada, como se quisesse colocar-se ao nível dos homens, como um amigo mais alto faz para ouvir as confidências do seu amiguito mais baixo...Dele transborda carinho e ternura...

Vou pensando nestas coisas e elevo uma prece até Ele.

 

 

Termino o treino com cansaço e com algum esforço. Quando volto para o carro, sinto-me irritada e frustrada. Afinal, porque a minha performance mudou tanto? Claro que sei a resposta. Mas não tenho paciência para este "devagar se vai ao longe". Quando quero, quero e pronto. Porque não há-de ser assim também na corrida?

 

Sempre achei que uma vida é muito pouco para fazer tudo o que queria e cada vez me dou mais razão a mim própria. A vida deve ser como o chocolate. É mais rico, recheado...

Por favor, alguém invente uma maneira de viajar no tempo! Eu quero voltar atrás quando estiver prestes a ver a "linha de chegada". Tenho tanta coisa que fazer...

 

 

 


25
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 18:52link do post | comentar | ver comentários (6)
Quarto dia da estação da Primavera, do ano da graça de 2007. Dia 25 de Março, Domingo, VII Prova Prof. António Lopes, Salvaterra de Magos.
 
Numa das rotundas principais da vila, um artista perpetuou em bronze a dialéctica homem-touro, eternizando o movimento selvagem do “rei” das lezírias perante a supremacia corajosa do campino, num confronto de titãs.
 
A povoação, ainda dormia placidamente quando começou a ser invadida pela multidão colorida dos participantes da corrida. As ruas, antes vazias e silenciosas, encheram-se, ganharam vida e alegria. Música e vozes disputavam um lugar no entendimento de cada um…
Nos altifalantes espalhados pela vila, uma gravação incansável, anunciava continuamente a Corrida do Tomate, seus cavaleiros, grupos forcados e os mártires que mais tarde, fariam o deleite dos aficionados.
Não gosto de touradas. Respeito quem gosta. Reconheço o valor cultural e o peso da tradição nas populações, neste caso na portuguesa, mas prefiro espectáculos menos sangrentos. Bem sei que o toureio e a tourada fazem parte desta identidade colectiva que me “corre nas veias”, mas ainda assim…
Ainda assim, todo o vermelho que desejo ver salpicando o chão é o da papoilas que desafiam o império verde dos campos, elevando-se graciosas ao olhar de quem passa.
Eu passei e corri e vi muitas papoilas na estrada de campo por onde decorreu a prova dos 12 Km.
Comigo, antes e depois de mim, homens e mulheres corriam também. Enchemos a estreita estrada, éramos centenas…E uma paleta colorida alongou-se campo fora… Percurso regular, elevado sobre os campos arados e o verde dos salgueiros, concorrendo com o Tejo serpenteando ao nosso lado, tornando-se visível aqui e ali, num capricho dos verdes braços estendidos…
Tejo azul, céu azul e umas quantas casas de madeira azul, na margem do rio…Garças brancas, cegonhas de peito branco e farrapos de nuvens brancas…
 
O sol brilhava, aquecendo o dia e o corpo dos atletas…Peitos suados, esgares de esforço, determinação no olhar, passadas rápidas, ganhando tempo e quilómetros… assim eram os se cruzavam comigo…eles na vinda, eu na ida.
 
Não importa. Tinha estipulado que o meu objectivo era terminar a prova sem agravar a lesão que teimou em não me deixar durante uma eternidade. Domingo que vem quero participar na Corrida dos Sinos. Não posso estragar tudo: “devagar se vai ao longe”.
 
Quilómetro a quilómetro, uma placa assinalava os já corridos. À frente, na inversão do percurso um abastecimento de água refrescava gargantas sedentas e corpos escaldantes…
 
 Nos últimos quilómetros um desconhecido fez-me companhia. Acertámos o passo um pelo outro…No final, despedimo-nos como dois velhos amigos. Ele agradeceu-me a ajuda que lhe tinha dado. Eu retribuí o agradecimento, pois não sei quem ajudou mais quem…
Gastámos 1h e 8m. Terminei feliz…
Pena nunca conseguir uma camisola que me sirva…Guardo-as religiosamente. São testemunhos das minhas pequenas vitórias. Só tenho L e XL, para quem um S é demais, imaginem… Para que quero eu tanto pano?!!!!
 
img102/4808/corridadesalvaterrademasa2.jpg

20
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 14:55link do post | comentar | ver comentários (1)

Pois é. Parece que, desta vez, vou voltar a participar numa prova. Serão 12 Km em terras genuinamente ribatejanas.

 

Não tenho tido tempo para treinar (não importam as razões). Ontem fiz um treino de estrada, durante 37 minutos e a minha perna não reagiu mal. Vamos ver se a lesão se foi embora definitivamente.

 

(foto retirada de http://www.flickr.com/photos/vitor107/412459787/in/set-72057594079883311/)

Espera-me um trabalho árduo para recuperar o que perdi nestes últimos meses: resistência e velocidade, sobretudo. Quase que me apetece esboçar um sorriso, pois nem a resitência nem a velocidade eram "por aí além", mas atendendo à idade com que comecei e aos míseros meses de treino, creio ter conseguido um performance bastante boa. Agora, vou recomeçar.

Domingo, contarei as emoções vividas...

Soltar as rédeas e correr livre ao vento como um potro...Nem que sejam apenas as rédeas da imaginação...sem freios, aqui voltarei.

 

Quem se lembra do programa de rádio dos Parodiantes de Lisboa?

Ir a Salvaterra e não entrar na Cabana dos Parodiantes é uma falha muito grave!! Que tal um café e um "barrete" antes da prova?


11
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 21:31link do post | comentar

Dia de calor para um início de Março.

Manhã luminosa, astro-rei imperando num céu azul, aqui e ali um pequenino farrapinho branco, matiza o horizonte.

Ainda cedo, aí vamos nós, rumo à margem fértil do Tejo a que chamamos Lezíria. Terra verde, beijando as águas do rio...Povoação antiga, de história e nome para sempre associado ao "campino", ao "touro e touradas", ao "Tejo e à faina marítima" (como diziam os antigos)...

Ao contemplar este rio, brilhante sob os raios de sol, vem-me à memória outras memórias, de quando as suas águas se agitavam revoltas e traiçoeiras...de momentos trágicos em que o rio não foi "pão" mas algoz e sepultura para os que nele se aventuravam em Invernos rigorosos, enfrentando súbitas tormentas ....Ao chegar a Vila Franca vem-me à memória "Esteiros" (de Soeiro Pereira Gomes) e agradeço o seu testemunho real, de vidas amargas de crianças que não foram crianças... valorizo, ainda mais, a vida das nossas crianças de hoje.

E no Parque Urbano de Vila Franca de Xira imensas aguardavam, em ambiente festivo, que chegasse a sua vez de, livres e felizes, correrem nesta terra de passado tão marcante. Mas elas não sabem... a sua inocência desconhece...apenas o presente conta, como para todas as crianças.

Eis que chega um "touro" enorme! Boneco insuflável (creio eu) com alguém lá dentro que lhe dá vida e faz as delícias da petizada. Até eu corri para o "touro". Uma foto marcará o momento para a posteridade (um feito heróico, já que tenho pavor de touros e afins, só que este era inofensivo!)

Tiro de partida. Uma multidão colorida aventura-se nesta terra de aventura...são imensos. O rio acompanhá-los-á uma boa parte do percurso. Campinos e prados verdes farão parte dessa moldura Ribatejana. Mais uma vez a beleza da paisagem realçará a beleza da corrida.

Ficamos a olhar até que o último atleta se perde de vista...

Voltamo-nos para o rio. Entre risos e gritos de incentivo dos "papás" e "mamãs", de tios e avós, partiu agora  a pequenada. A família correu com eles, na ânsia de acompanhar os seus primeiros passos no mundo da corrida...os seus primeiros esforços...as suas primeiras vitórias...a felicidade de chegar ao fim. Máquinas em punho, tentava-se registar ao máximo cada momento.

Eis que é hora de nos posicionarmos na linha da meta. Aplaudir, incentivar os que vão chegando...Aguardar os conhecidos, os amigos, a família...

Lá vem um...depois outro e outro e outro....vamos gritando o nome de cada um até ficarmos sem voz. Parecemos possessos de um estado febril.

Chegaram todos.

Suados...olhos brilhantes... cansaço ou  emoção?  Ninguém fica indiferente à Lezíria...entra-nos pelos olhos e fica no coração.

No regresso, a partilha dos momentos únicos que cada um viveu...ávidos de tudo...perpetuando esta manhã...e a corrida parece continuar...permanece em nós.

Até para o ano. É uma promessa.

 

Campino de Guarda


08
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 21:13link do post | comentar | ver comentários (1)

Ontem corri.
Gosto de dizer isto. Nem imaginam o prazer que me dá. Pronuncio devagar as palavras, arrastando as sílabas, prolongando-as até onde é possível, tal como prolongo o prazer da corrida, em mim.
Ontem corri.
 Podia dizer “treinei” e o tipo de treino que fiz, mas nada me dá mais prazer que dizer “corri”. Portanto, volto a dizer: ontem corri!
Sim, também posso dizer que ontem fui feliz durante 45 minutos. Fui outra. Renasci. Senti-me leve, viva…estão a ver porque é que eu digo, “corri”? Sou assim, simples e é a simples corrida que me dá esta força interior. Independentemente do tipo de treino que possa fazer, digo sempre “corri”.
 
O vento forte que soprava dificultava-me a manutenção do mesmo ritmo. Esforçava-me…tentava vencer a sua força contrária…eu fraca, o vento forte…não desisti. Encarei-o de frente e lá fui eu. Podia ter optado pela direcção a favor do vento, mas não. Gosto de desafios e, ontem, estava pronta a esgotar-me em algum que se me apresentasse. Foi o vento. Creio que, ao fim de algum tempo, o vento amainou, baixou as armas, percebeu claramente que eu não me iria entregar. Era eu a mais forte, afinal, porque fui (e sou) persistente (há quem me chame teimosa…pois….talvez um pouquinho obstinada, quanto muito, teimosa, não! E se o for a culpa é do Zodíaco. Parece que os Touros são muito teimosos e eu sou puro Touro). Seja qual for a razão, eu venci a corrida contra o vento. Tenho-me proposto vencer muitas outras…
 
Domingo gostaria de participar na Corrida das Lezírias. Parece que não vai ser possível. Vamos ver…de qualquer modo, haverá outras oportunidades.
A próxima semana vai ser difícil, dura. Claro que não é a semana em si. Todos os dias são, potencialmente iguais, o que os torna diferentes é a vivência de cada um e estes próximos dias serão vividos com grande intensidade e muita angústia.
Não sei quando vou poder dizer de novo“eu corri”.

 

A.P.


06
Mar 07
publicado por alemvirtual, às 18:51link do post | comentar | ver comentários (2)

  

Nestas duas últimas semanas tenho treinado com alguma regularidade. Não tanta quanto desejaria, mas ainda assim tenho treinado...

Sabes, diário, há dias em que não basta a vontade de correr. Senti-mo até frustrada porque queria começar a sentir de novo aquela evolução gradual na minha corrida: melhor ritmo, (tempos mais curtos/ velocidade maior), melhor respiração, maior resistência... pois é. Tenho muita vontade de melhorar, mas com algumas interrupções devidas à falta de tempo, torna-se difícil. Quero conseguir realizar treinos diários. Por enquanto, o máximo que consigo são três ou, na melhor das hipóteses, quatro treinos por semana.

Hoje, planeei treinar. Antecipadamente saboreava o prazer de correr com esta chuvinha que cai suavemente...tudo envolve, emprestando a este final de tarde, uma melancolia e uma indefinição, muito de acordo com o meu estado de espírito. Vivo suspensa, como suspensa parece estar a realidade...difusa, esbatida, como esboço de tela por pintar...

Planeei, mas não fui. Compromissos profissionais, imprevistos, derrubaram o  "firme" propósito de calçar os meus, já velhinhos, sapatos de corrida e enlameá-los por aí ao acaso, nas bermas das estradas. Ironicamente, enquanto percorria de carro a curta distância entre o local de trabalho e a residência, encontrei outros amantes do treino à chuva. Invejei-os. Nem sei se a eles ou à sensação, minha conhecida, daquele prazer já antigo, e contudo sempre novo, de libertar a mente e o corpo em alguns minutos de corrida.

Amanhã, será outro dia e outra possibilidade de correr. Conformo-me assim. Claro que ainda poderia ir, não é tarde da noite, mas uma mulher tem sempre inúmeras coisas para fazer (alguns homens também) e tempo disponível é algo um pouco raro, já que a "agenda" de uma dona de casa se não é cumprida na íntegra, resulta num caos total.

Importa que tenho treinado. Treinos leves ainda, precedidos de muitos exercícios de reforço muscular, alongamentos antes e após q.b. 

A dor ainda me atormenta, mas é cada vez mais ténue.

Acalentava (e ainda acalento) o desejo de participar na Corrida das Lezírias...vamos ver...serão 15 km. Será que devo?

 A.P.


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