Este era o rosto de Terry
Esta a sua forma de luta
Dia 5 de Maio será a Corrida Terry Fox, a favor da Liga Portuguesa contra o cancro.
Todos conhecem a Corrida, celebérrima, após a Maratona da Esperança, protagonizada pelo Terry. Conhecem a sua história e a sua luta de coragem; uma guerra pacífica contra a doença invasora: osteosarcoma (cancro dos ossos).
O ano passado, o primeiro a marcar a minha entrada no mundo da corrida, não pude participar. Por essa altura, a minha filha estaria no Instituto Português de Oncologia a ser submetida à sua quarta cirurgia. Neste momento já fez cinco. Tem cancro. É, custa a dizer, custa a escrever. Preferimos as terminologias "doenças oncológicas" ou "tumores", para suavizar aquilo que não pode ser suavizado. É terrível demais: cancro.
Não se pode falar em cancro, mas em cancros. Há muitas formas desta doença, muitos patamares de agressividade, mas o peso que tem ouvir a palavra "cancro" dever ser igual para todos ao início. É como se o céu se abatesse e o mundo nos caísse em cima. Creio que se fica até meio adormecidos, num estado de torpor, do qual só se sai quando a dura realidade nos exige que lutemos.
Terry foi um exemplo de coragem e determinação. Há imensos Terry por este mundo fora, desconhecidos, mas igualmente lutadores. Há milhares, até bem perto de nós, talvez ao nosso lado, talvez nos nossos amigos, talvez na nossa família...
Correr contra a doença. Correr pela investigação. Correr para ajudar quem precisa de ajuda. Correr por quem não pode. Correr para que sejam sempre lembrados. Correr para não desistir. Não desistir desta luta desigual e não desistir de quem luta.
É por eles, por quem luta em silêncio ou em altos brados de dor e sofrimento que eu desejava ver o meu país inteiro a correr...
Dia 5 de Maio quero correr por ela, por todos os que conheço e por todos os que não conheço, mas por ela especialmente. Pelos doentes que lutam pela vida, mas também por aqueles que lutam para lhes salvar a vida.
No dia 5 de Maio, corram comigo pela Vida.