(foto retirada de: www.contradiz.blogger.com.br/09%20-%20cigarro...)
Há vitórias que têm um sabor amargo de derrota. Quem já sentiu isso, conhece a sensação.
Neste caso, mais que sensação como modo de falar ou conceito vazio de experiência física, é mesmo uma sensação gustativa.
A boca amarga. Parece que as "minúsculas bolsinhas" da minha língua estão queimadas, como se um chá demasiado quente as tivesse agredido. Permanece um travo a "não sei quê" que deixou o último cigarro. E sobretudo, uma sensação interior de fraqueza e falta de coragem...de falta de determinação...de ser um ser humano menor...
Pois é, não fumo há uma semana. São 7 dias e 7 x 24 horas... e 24 h x muuuuuitos minutos..... Eu fumava (por vezes, muitas vezes e muitos anos) mais cigarros que horas existem no dia.
Sabor amargo deixar de fumar?
Gosto de dizer e repetir "deixei de fumar". Gosto de contar e recontar os dias e as horas que passaram sobre o último cigarro.
Foi uma promessa que fiz e demorou muitos meses (na realidade anos, muitos anos) a cumprir.
Prometi aos meus filhos. Se a uma havia (e há) muitas razões para não fumar, com o outro não há menos.
O cigarro pode matar, claro. Neste caso, não foi o cigarro que a matou. Deixei de dar tanto valor às "tretas" (não são tretas, eu acredito, mas estou revoltada) dos alimentos que previnem o cancro, dos estilos de vida saudável, da prevenção do tabagismo.............
Ainda assim, gostava que o meu filho não fumasse. Por ela (em sua memória) porque se preocupava muito comigo e por ele que importa proteger e incutir mensagens e modelos de comportamento positivos, deixei de fumar.
Continuo a sentir este gosto amargo de ter deixado apenas quando ela já não vê (outra força de expressão; sei que vê).
Queria manter este estado de "não fumadora". Pouco a pouco, esta pequena vitória deverá começar a ter um gostinho mais agradável. Quando ele seguir o meu exemplo. Exemplo muito tardio, é certo...