Domingo, 24 de Fevereiro de 2008
Organização "Amigos do Atletismo da Charneca" com o apoio da Junta de Freguesia.
A partida da minha prova. Eu, distraída (como sempre) quase chegava depois do sinal.
À chegada. Missão cumprida com MUUUIIITO esforço!
A partida da prova masculina. Estou lá atrás.
"Respeitosamente" parámos uns metros antes da meta. Seguiram os nossos companheiros...
Divertidas, comentando o percurso e as "pernas" para correr...
(as fotos estão bastante mal, mas já não tive pachorra para mais...)
Aqui tão perto e perdi-me no caminho. Era perto de mais.
A estrada por onde devia ter seguido, pareceu-me demasiado perto. Não podia ser por ali. Devia ser mais além.
Tal como na vida. O que está demasiado perto nem sempre se vê. Por isso, é preciso olhar sempre com "os olhos do coração".
Tinha saído de casa "em cima da hora".
Depois de duas voltas de carro dentro da Charneca, conclui que não fazia ideia de como ir para o local da corrida. Foi então que vi um atleta. Só um. Notava-se que corria há já algum tempo. Encostei o carro e pedi-lhe informações. Decerto que ele devia saber qualquer coisa.
Estava atrasada. Estava irritada. Tinha renunciado a outros benefícios pessoais pelo meu Clube. Precisavam de mim nesta corrida e eu gosto de honrar os compromissos assumidos. Tinha dito: "estarei lá" e tencionava estar mesmo. Mas eram 10 horas (hora prevista para a prova) e eu ali desorientada. Devia ter saído mais cedo de casa...censurei-me.
- Vai ser difícil explicar-lhe - respondeu-me, parando de correr. Olhe, eu também vou para lá, só que ia a correr. Estou a treinar para a Maratona, mas se me levar no carro, vamos os dois. E atravessando a estrada, sentou-se ao meu lado.
Agradeci-lhe. Que Deus lhe pague.
E lá fomos naquele bulício de sábadao de manhã. Balbúrdia completa do trânsito junto ao Mercado. Entre dentes, vociferei contra tudo e contra todos. Só não levam o veículo para as bancas do peixe porque a porta é estreita!
Na realidade, eu é que estava enervada. Também eu procuro sempre um lugar o mais próximo possível...como o nosso estado de espírito interfere com o modo como percepcionamos as coisas e os juízos de valor...
Por fim, chegámos.
O meu grupo, pronto. Alguns aqueciam. Outros aguardavam o início da corrida. Milagrosamente (coincidência ou qualquer outra intervenção), a prova estava atrasada. Esperavam a ambulância que tardava em chegar.
Tive tempo para cumprimentar todos, para agradecer uma vez mais ao Sr. Alves (foi ele o meu guia), pôr o dorsal e fazer um pequeno aquecimento.
Senti-me renovada. Entre o arvoredo ou de permeio a moradias bem cuidadas. Algumas subidas suaves e outras tantas descidas. Cães latiam. Outros ferozes lançavam-se contra as grades do território que defendiam. Eu, para eles, constituia uma ameaça. Viam-me como um perigo. Engraçado como a noção de perigo também pode ter uma polaridade invertida...
A prova, curta de mais para a minha falta de treino e para o nefasto hábito de fumar, deixou-me com uma sensação horrosa de dor na garganta que descia até aos pulmões. Parecia fogo que ardia no meu peito. Senti-me arrasada. Tinha conseguido acompanhar as minhas "colegas" de escalão, mas terminei com uma distância razoável de atraso...Fiz 14 minutos e 26 segundos, para os 2800 metros de prova.
Tinha alguns alunos naquela corrida. Miúdos de 7º e 8º anos que ficaram "deliciados" aos verem a "stora" correr com eles. Foi uma das partes boas deste dia...
Já me tinha despedido com um aceno quando vi que duas amigas iam acompanhar a prova masculina para "descontrair".
- Vem daí. Anda connosco.
Ainda hesitei. Fui com elas.
Um percurso lindo, companhias femininas e masculinas agradáveis. Gracejos com a polícia que vigilante acompanhava os atletas e orientada o tráfego. Foram (creio eu) 8500 metros de puro prazer.
Valeu ao Clube do Sargento da Armada o 3º lugar na Geral com 3 primeiros lugares em 3 diferentes escalões.