existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
25
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 21:48link do post | comentar

Domingo, 24 de Fevereiro de 2008

 

Organização "Amigos do Atletismo da Charneca" com o apoio da Junta de Freguesia.

img156/2773/corridacharneca2008051tr3.jpg

A partida da minha prova. Eu, distraída (como sempre) quase chegava depois do sinal.

img141/5585/semttulole1.jpg

À chegada. Missão cumprida com MUUUIIITO esforço!

img211/7864/corridacharneca2008061ma0.jpg

A partida da prova masculina. Estou lá atrás.

img182/1449/corridacharneca2008076ph6.jpg

"Respeitosamente" parámos uns metros antes da meta. Seguiram os nossos companheiros...

img253/9001/corridacharneca2008077wv5.jpg

Divertidas, comentando o percurso e as "pernas" para correr...

(as fotos estão bastante mal, mas já não tive pachorra para mais...)

 

 

Aqui tão perto e perdi-me no caminho. Era perto de mais.

 

A estrada por onde devia ter seguido, pareceu-me demasiado perto. Não podia ser por ali. Devia ser mais além.

 

Tal como na vida. O que está demasiado perto nem sempre se vê. Por isso, é preciso olhar sempre com "os olhos do coração".

 

 

Tinha saído de casa "em cima da hora".

Depois de duas voltas de carro dentro da Charneca, conclui que não fazia ideia de como ir para o local da corrida. Foi então que vi um atleta. Só um. Notava-se que corria há já algum tempo. Encostei o carro e pedi-lhe informações. Decerto que ele devia saber qualquer coisa.

Estava atrasada. Estava irritada. Tinha renunciado a outros benefícios pessoais pelo meu Clube. Precisavam de mim nesta corrida e eu gosto de honrar os compromissos assumidos. Tinha dito: "estarei lá" e tencionava estar mesmo. Mas eram 10 horas (hora prevista para a prova) e eu ali desorientada. Devia ter saído mais cedo de casa...censurei-me.

 

- Vai ser difícil explicar-lhe - respondeu-me, parando de correr. Olhe, eu também vou para lá, só que ia a correr. Estou a treinar para a Maratona, mas se me levar no carro, vamos os dois. E atravessando a estrada, sentou-se ao meu lado.

 

Agradeci-lhe. Que Deus lhe pague.

 

E lá fomos naquele bulício de sábadao de manhã. Balbúrdia completa do trânsito junto ao Mercado. Entre dentes, vociferei contra tudo e contra todos. Só não levam o veículo para as bancas do peixe porque a porta é estreita!

Na realidade, eu é que estava enervada. Também eu procuro sempre um lugar o mais próximo possível...como o nosso estado de espírito interfere com o modo como percepcionamos as coisas e os juízos de valor...

  

Por fim, chegámos.

 

O meu grupo, pronto. Alguns aqueciam. Outros aguardavam o início da corrida. Milagrosamente (coincidência ou qualquer outra intervenção), a prova estava atrasada. Esperavam a ambulância que tardava em chegar.

Tive tempo para cumprimentar todos, para agradecer uma vez mais ao Sr. Alves (foi ele o meu guia), pôr o dorsal e fazer um pequeno aquecimento.

Senti-me renovada. Entre o arvoredo ou de permeio a moradias bem cuidadas. Algumas subidas suaves e outras tantas descidas. Cães latiam. Outros ferozes lançavam-se contra as grades do território que defendiam. Eu, para eles, constituia uma ameaça. Viam-me como um perigo. Engraçado como a noção de perigo também pode ter uma polaridade invertida...

 

A prova, curta de mais para a minha falta de treino e para o nefasto hábito de fumar, deixou-me com uma sensação horrosa de dor na garganta que descia até aos pulmões. Parecia fogo que ardia no meu peito. Senti-me arrasada. Tinha conseguido acompanhar as minhas "colegas" de escalão, mas terminei com uma distância razoável de atraso...Fiz 14 minutos e 26 segundos, para os 2800 metros de prova.

 

Tinha alguns alunos naquela corrida. Miúdos de 7º e 8º anos que ficaram "deliciados" aos verem a "stora" correr com eles. Foi uma das partes boas deste dia...

 

Já me tinha despedido com um aceno quando vi que duas amigas iam acompanhar a prova masculina para "descontrair".

- Vem daí. Anda connosco.

Ainda hesitei. Fui com elas.

Um percurso lindo, companhias femininas e masculinas agradáveis. Gracejos com a polícia que vigilante acompanhava os atletas e orientada o tráfego. Foram (creio eu) 8500 metros de puro prazer.

 

 

Valeu ao Clube do Sargento da Armada o 3º lugar na Geral com 3 primeiros lugares em 3 diferentes escalões.

 


21
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 11:55link do post | comentar

upload.wikimedia.org/.../400px-

 

A lua cheia erguia-se no céu, um pouco difusa atrás de uma capa de altas nuvens. Ainda assim, espelhava uma clara luminosidade e o firmamento assemlhava-se a um lago de águas profundas. Dentro de poucas horas passaria por vários tons, até se ocultar aos olhos dos amantes da Lua, sob a sombra do"meu" planeta azul.

Não gosto de fenómenos astronómicos, nem sequer dos atmosféricos. Nunca lhes consigo ficar indiferente. Mesmo desmitificados pelo conhecimento, suscitam em mim, alguma inquietação, mercê talvez de uma herança ancestral de um mundo mítico e mágico, de uma consciência colectiva subjugada à "vontade dos deuses".

Aguardava a manhã quando tudo retornaria à "normalidade" das posições planetárias nos seus movimentos de bailarinos experientes num cosmos que desconheço.

Mal rompeu a aurora dirigi-me à cozinha. Frascos há muito guardados saíram para a luz e dispuseram-s sobre a mesa orientados segundo os seus sabores: poejo, café, laranja, limão, alfarroba e ananás.

Iria nascer licor.

O aroma doce do açúcar que fervia no fogão misturava-se com o da aguardente, intenso. Toda a casa "respirava" estes odores e estes vapores...embriagantes...Era uma aguardente especial, obtida através de "conhecimentos" que por sua vez têm "conhecimentos" e estes outros "conhecimentos"...nesta cadeia de relações vamos encontrar a mais pura das aguardentes. Uma da região de Setúbal e outra do Douro.

Pouco a pouco, os líquidos, mais ou menos espessos nas garrafas, recolheram à penumbra da despensa.  Comçaram um repouso. Dento de dias serão a alma de garrafinhas engraçadas que esperarão pelos apreciadores na exposição e venda de produtos que eu e a Olívia vamos realizar no Clube do Sargento da Armada.

COISAS DE MULHER. Foi assim que lhe chamámos. E numa mistura de cores, de texturas e sabores, telhas e telas, licores e pratinhos, caixas e tabuleiros, licores e....sei lá...tudo o mais quanto das nossas mãos nascer, iremos mostrar as "coisas de mulher". 

São "coisas de mulher" que marcarão um dia dedicado à MULHER.

 

 


19
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 21:19link do post | comentar | ver comentários (1)

foto retirada de http://baixaki.ig.com.br/imagens/wpapers/BXK661_Ninho800.jpg

 

Minha Casinha (versão original) - 1943

Que saudades eu já tinha
da minha alegre casinha
tão modesta como eu.
Como é bom, meu Deus, morar
assim num primeiro andar
a contar vindo do céu.

O meu quarto lembra um ninho
e o seu tecto é tão baixinho
que eu, ao ir para me deitar,
abro a porta em tom discreto,
digo sempre: «Senhor tecto,
por favor deixe-me entrar.»

Tudo podem ter os nobres
ou os ricos de algum dia,
mas quase sempre o lar dos pobres
tem mais alegria.

De manhã salto da cama
e ao som dos pregões de Alfama
trato de me levantar,
porque o sol, meu namorado,
rompe as frestas no telhado
e a sorrir vem-me acordar.

Corro então toda ladina
na casa pequenina,
bem dizendo, eu sou cristão,
“deitar cedo e cedo erguer
dá saude e faz crescer”
diz o povo e tem razão.

Tudo podem ter os nobres
ou os ricos de algum dia,
mas quase sempre o lar dos pobres
tem mais alegria.

Autores: Silva Tavares e António Melo

 

A nossa casa é o nosso lar. Mais que quatro paredes onde encontramos refúgio contra as intempéries é o porto de abrigo onde encontramos segurança afectiva, onde readquirimos ou mantemos a estabilidade emociona e onde repousamos da vida atribulada do "fora de casa". É o nosso espaço de partilha. O nosso ponto de encontro. O tanque das nossas mágoas. A fonte que mitiga a nossa sede. A nossa casa é a nossa família. Onde quer que se esteja. Para onde quer que se vá. A nossa casa está onde estivermos unidos. Por isso lhe chamamos lar. É ao aconchego do lar que ansiamos retornar. É no bulício do lar que descansamos da labuta. É na alegria do lar que afogamos as tristezas.

O nosso lar não sãos as paredes caidas de branco ou pintadas de qualquer cor. São os alicerces do que somos.

A minha casa é o coração com que cresci.

A minha casa é a alma que passeio nas vielas mais sombrias.

A minha casa é o sorriso com que brinco no jardim do meu bairro.

A minha casa é o poço das minhas recordações.

Aqui, ao alcance da chave que não força a fechadura.

 A minha casa sou eu e o meu mundo. Sou eu e quem me espera. Sou eu e quem existe. Sou eu e quem não está lá. Sou eu e essa presença que distingue a "minha casa" de outra casa qualquer.

Eu quero voltar a casa.

 

E nem sequer tenho casa. Mas tenho outras casas. E o sonho que respira nas casas onde habito.


17
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 22:05link do post | comentar | ver comentários (2)

O ano passado não tinha corrido na Costa de Caparica. Tinha lá estado. Sem sair das imediações do Núcleo Sportinguista, frente ao local assinalado com Partida e Chegada, eu estive lá. Tinha visto os atletas partirem e chegarem (http://alemvirtual.blogs.sapo.pt/2007/02/)

Este ano, ou seja, Domingo, dia 17 de Fevereiro, a minha perspectiva mudou.

 

Quando chegámos, o vento forte e o ar quase gélido, convidavam mais a permanecer dentro do carro do que a enfrentar os elementos e a preparar a corrida. Dia muito cinzento com uma faixa ainda mais cinzenta, carregada, sobre o oceano. Prenúncio de chuva que, afinal, só chegou no final da corrida.

 

Ou porque se gosta mesmo de correr ou por qualquer outro motivo quem se inscreve nas corridas e se aventura até ao local de realização, não desiste. Que move esta gente? Seremos, assim, tão determinados nas situações mais adversas da vida? Fica a interrogação.

Certo, certo é que nunca vi um atleta deixar de participar nesta ou naquela prova pelas condições atmosféricas (bem, a não ser em casos extremos, mas não falamos desses). E no dia-a-dia, quantas vezes nos lamentamos ..."ai tanto frio...detesto a chuva....que vento horrível....tanto calor....minha rica casinha...".

Nos momentos que antecedem uma corrida, essas palavras nunca as ouvi.

 

Éramos muitos. Não sei ao certo, mas uma multidão enchia as ruas e artérias.

 

Pouco tempo de aquecimento que o tempo já se tinha gasto no cafezinho e nos cumprimentos aos colegas do clube. Mais um dedo de conversa. Chip colocado (só para confirmar a chegada, pois não me apercebi de qualquer outra utilidade), dorsal afixado e pronto. Nos últimos lugares, mesmo na cauda do pelotão, eu e os meus amigos aguardávamos.

 

Grande Prémio do Atlântico, pela primeira vez para mim. Efectivamente, pela primeira vez.

Costumo "fazer flores" - como diz a minha amiga Maria. Até às coisas mais insípidas costumo tecer elogios prévios. Nem sempre a experimentação confirma o irreal que se sonhou. Às vezes até reforça. Outras, é uma decepção. O véu tecido do mais puro tule revela-se uma estopa grosseira. E os sonhos caem por terra, como as arribas frágeis e as dunas arenosas.

O nome é sugestivo. Muito, muito apelativo. Sou apaixonada pelo mar, pela imensidão, pela variação colorida das águas, pelos reflexos do sol e pelo negrume das nuvens. Há mundos por descobrir no mar. E há um mundo de sonhos em torno do mar.

 

Imaginei-me a correr lado a lado com o Atlântico. Ouvia o seu bramido. Aqui tão perto. Aqui tão longe. Casas e mais casas ocultavam-no dos meus olhos. Ofereceram-me ruas com casas, a maior parte delas descaracterizadas. Podiam ser da Costa ou de outra pequena cidade qualquer. Apenas o vento húmido, soprando do mar, me fazia sentir perto da costa. E afinal eu corria na Costa...

Com uma riqueza paisagística desta dimensão, não sei porque é que o traçado do percurso é este. Correr entre casas. As casas em ruas mais ou menos iguais. Umas empedradas, outras alcatroadas e uma pequena parte arenosa, devido à zona de obras que atravessámos.

Lá se foi o meu sonho romântico do Grande Prémio do Atlântico.

 

Valeu-me a presença e o estímulo dos meus amigos. O António sempre um sargento (que não é) e cavalheiro.

Prepara-se para a Maratona de Paris. Assim, encarou esta prova como mais uma oportunidade de treino, tendo corrido comigo. Tinha feito uma hora de corrida antes e fez quase uma hora depois. Eu, ofegante, entre o 4º e o 8º Km, ainda lhe dizia: "Corre António. Deixa-me". Mas ele, como sempre, nunca nos deixa.

 Como "bilhete postal" guardo a lembrança de uma avenida (deve ser a principal), comprida, larga, bem cuidada, onde nos cruzávamos uns com os outros. Quem subia, aplaudia quem já descia. A Meta aguardava por nós 2 Km à frente.

 

Gastei 54 minutos na prova. Fui a Feminina número 60. Acho engraçado tantos números! É uma faceta da minha vida (ou da minha maneira de viver) que me faz ser mais um número que um nome. Tinha o dorsal nº 154. Sou do escalão qualquer coisa até 44. E muitos mais números, depende do que queira dizer.  

 

Como não fotografei nada (o que é pena), aqui ficam algumas fotos que pesquisei e que ilustram a beleza destas paragens...

 

foto de http://www.lifecooler.com/lifecooler/imagens/bd/97495.jpg

foto dehttp://www.ideotario.com/blog2007_medos02.jpg

foto de http://www.ideotario.com/blog500_acacias01.jpg


12
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 15:09link do post | comentar

http://www.flickr.com/photos/vitor107/sets/72157594287533447/

Castelo de Almourol - Portugal

 

http://www.youtube.com/watch?v=-HtuukUpSwA&eurl=http://precasmusic.blogspot.com/

 

 

Fascinação

Elis Regina

Composição: F.D.Marchetti / M.de Feraudy / (Versão Armando Louzada)

 

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

 

 

 

...e diz a lenda

http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Almourol

http://www.castelodealmourol.com/home/lendas/index.php

 

.....................

 

 

Estas e outras correm nas veias de quem cresceu e sonhou na sombra das muralhas do castelo. Tempos de meninice. Tempos de fascinação.

 

Saudades do Externato de Santa Bárbara...


10
Fev 08
publicado por alemvirtual, às 21:53link do post | comentar

foto de http://img48.photobucket.com/albums/v146/mago1952/Flores/Flores.jpg

 

http://www.youtube.com/watch?v=zufcKv3tC-k&NR=1

 

Autor: Rafael Alberti
In Memoriam
 

Balada para los poetas
andaluces de hoy
 
          
¿Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
                        ¿Qué miran los poetas andaluces de ahora?
                        ¿Qué sienten los poetas andaluces de ahora?

Cantan con voz de hombre, ¿pero donde están los hombres?
con ojos de hombre miran, ¿pero donde los hombres?
con pecho de hombre sienten, ¿pero donde los hombres?

Cantan, y cuando cantan parece que están solos.
Miran, y cuando miran parece que están solos.
Sienten, y cuando sienten parecen que están solos.

¿Es que ya Andalucia se ha quedado sin nadie?
¿Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
¿Qué en los mares y campos andaluces no hay nadie?

¿No habrá ya quien responda a la voz del poeta?
¿Quién mire al corazón sin muros del poeta?
¿Tantas cosas han muerto qu
e no hay más que el poeta?

Cantad alto. Oireis que oyen otros oidos.
Mirad alto. Veréis que miran otros ojos.
Latid alto. Sabreis que palpita otra sangre.

No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
encerrado. su canto asciende a más profundo
cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres
.


mais sobre mim
Fevereiro 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

11
13
14
15
16

18
20
22
23

24
26
27
28
29


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO