existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
28
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 20:07link do post | comentar

Voltar ao passado ou ir ao reencontro de uma outra vida, foi o que fiz. E que prazer ver no mesmo sítio todas as coisas. Os mesmos lugares, as mesmas cores, os mesmos cheiros, os mesmos miminhos e abraços. Está tudo lá e estão quase todos lá. Apesar de não importar o espaço porque os trago a todos no coração, ainda assim, o "nosso" espaço é o "nosso" espaço. A família mais chegada...Os amigos e os sorrisos. As lágrimas e o impacto de uma notícia ainda não chegada a todos.

Foram dias plenos de recordações, mas também de vivências do aqui e agora.

 

Fiz a ligação com uma outra vida, nesta Páscoa. Páscoa necessariamente diferente de todas as outras Páscoas.

 

Muitas conversas, mas ainda mais silêncios sem necessidade de palavras.

 

Nesta Páscoa não apoiei ninguém, mas tive  quem me ajudasse. Que bom sentir-me em segurança, acolhida, acarinhada. Estão sempre lá. Para tudo. Até para fazer regressar os saltos altos... Para eles serei sempre a "Paulinha".  Voltei a ser a "coqueluche" da família. Deixei estragarem-me com mimos. Do filhote, da mãe, da mana e do cunhado. Das amigas e das vizinhas. E das colegas com quem trabalhei.

 

Cada vez mais, rejeito lamentações por "dá cá aquela palha". Lamentações permanentes. Ai que chove...ai que faz calor...ai que não tenho isto...ai que me falta aquilo...

 

 

Antigamente, quando estava prestes a esmorecer (na verdade também tenho os "meus momentos"), olhava em redor e pensava: há quem seja mais infeliz do que eu. Vamos em frente e agradecer as coisas boas que Deus nos dá.

 

Apesar de tudo, quero continuar a ter uma atitude positiva perante a vida. É uma caminhada difícil. Foi uma caminhada terrível. Um caminho indescritível. Mas, um dia, quando chegarmos à "meta" veremos que tudo teve uma razão de ser. Não pode haver revolta, mas aceitação. Proíbe-se o desânimo e incentiva-se a esperança. Um dia, seremos todos imensamente felizes. Reencontraremos aqueles por quem julgamos morrer de saudade. Até lá, caminhemos com um sorriso. E quando não conseguirmos sorrir, pensemos e digamos alto "eu consigo". E ainda que seja um sorriso triste, tentemos esboçar um sorriso.

É nesta certeza que voltei. Foi nesta determinação que a minha estrelinha azul viveu. 

Ainda que não possa tocar as estrelas, posso e devo erguer o olhar para elas. 

É este o testemunho que tenho que dar.

 

caminho para o  infinito.jpg

foto retirada denia7.blogs.sapo.pt/arquivo/caminho%20para%20o...


18
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 22:59link do post | comentar | ver comentários (6)

 

Bem sei que nos nossos dias, duvidamos de alguns pedidos de ajuda. No entanto, li um, colocado no endereço que aparece a seguir com o título "Sincero e humilde pedido de ajuda", colocado no dia 13 de Março que tomo a liberdade de divulgar aqui.

 

 http://saberajudar.blogspot.com/

 

 

Fica, pelo menos a intenção de ajudar. Não sei quem é. Desconheço mais pormenores. Mas...

 

Estamos na Quaresma. Porque não uma pequena renúncia? Um café, um maço de tabaco? Começando por mim, claro.

 

Não sei se estou errada ao entender o pedido de ajuda como sincero...mas se ao acreditar, contribuir para minimizar o sofrimento de alguém, vale a pena correr o risco.

 

Obrigada, em nome de  quem não conheço, mas algures espera solidariedade.


17
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 21:10link do post | comentar

Escrevi muito e apagou.se. Não é importante. Talvez só seja para que estas palavras evitem e substituam outras palavras.

Fica aqui a sapatilha. Triste e solitária. Sozinha, como eu.

 

 

 

Tal como chegou o gosto pelas corridas, assim partiu. A sapatilha e eu já trocámos umas palavras profundas. Temos uma relação de amor-ódio. Vou esquecê-la por uns tempo. O tempo não se pode predizer.

Sei que ela não me vai esquecer e mim.  E eu não a vou esquecer. Éramos unidas. Eu ouvia as palmas e ela os gracejos.

 

A alma tornava-se mais leve e os pesadelos pareciam esfumar-se no ar.

Gostava de conviver com as caras conhecidas e sorrir aos desconhecidos; do esforço da subida e da dificuldade na descida.

Adorava ver a palavra "Partida" e, ainda mais, a palavra "META". Meta queria dizer "cheguei" e o primeiro tefelonema era para ela...depois, sem "telefonemas", continuei a correr, sempre em direcção à meta, com a uma estrelinha de cristal azul ao pescoço...

 

 

Não há certezas na vida. Mas duas existem. Duas certezas na vida, um ponto de partida e outro de chegada, preenchidos com aquilo a que chamamos vida. Nascer e morrer. Entre um e outro estiveram as minhas sapatilhas e muitas, muitas outras coisas...

 

Eu e as minhas sapatilhas

eu e um projecto de corrida

eu e uma promessa que queria cumpir

eu e os 30 km de Portalegre

 

Talvez não volte aos "saltos altos", mas sei que por enquanto "arrumei" as sapatilhas. Já tinham sido mandadas para um armário, há um tempo atrás. Porém, depressa voltaram a pisar alguns trilhos. Agora, voltam para a escuridão de uma porta fechada.

 

Gostei.

 

Talvez voltem a sair para a poeira de uma berma de estrada ou para a areia molhada da praia. Talvez me voltem a conduzir a um reino de fantasia e às histórias de "faz-de-conta". Não agora.

 

 img222/6286/telefonezn3.jpg

img164/4333/meiocorpofa3.jpg


13
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 23:46link do post | comentar

" Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura" 

 

 (Cavalo à solta- Ary dos Santos)

 

Ouço muitas vezes esta canção. Um poema belíssimo que espelha aquilo que, muitas vezes, é a vida e as pessoas da nossa vida. Amargas e doces.

 

 

 

 

 

Muitas vezes, nada mais resta que o travo amargo da saudade. Saudade do que perdemos. Saudade de quem perdemos. E, também,  saudade daquilo que nunca tivemos, apenas julgávamos ter.

 

 

É amarga a ilusão dos sonhos caídos por terra, escorrendo entre os dedos como a areia seca da praia. Cerra-se o punho. Protegem-se os grãos. Ainda assim, eles caem, um a um. Nada mais fica. Nem um. Apenas uma mão vazia.

Há quem tenha as mãos vazias.

Há quem não saiba sequer abrir as mãos.

E houve quem quisesse repartir a abundância dos grãos.

 

 

 

foto retirada de http://abbapai.files.wordpress.com/2007/08/nas-maos-do-senhor-copia.jpg

 

13 de Março de 2007. 13 de Março de 2008. Decorreu um ano, uma vida, uma eternidade.

 

Eu lembro-me. Recordo-me de tudo. Momento a momento. Por isso, recordar é ainda mais amargo. Mas tu és, cada vez mais, uma recordação doce.


 


12
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 22:41link do post | comentar

gaivota[1].jpg

 

“Ao verdadeiro Fernão Capelo Gaivota que vive em todos nós”. Richard Bach.


08
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 22:36link do post | comentar | ver comentários (2)

 

img213/7056/coisasdemulher116iv9.jpg

 

 

 

 

 

 

Um reconhecido obrigada ao Clube do Sargento da Armada por, uma vez mais, nos oferecer a oportunidade de mostrar as nossas Coisas de Mulher.

O Clube do Sargento da Armada é uma entidade por quem temos o maior carinho e admiração. Intervindo e promovendo acções que vão desde a sensibilização para a prática desportiva, ao incremento das relações sociais e humanas e à divulgação da cultura, ainda encontra tempo e espaço para estas pequenas feiras de mulheres.

 

Bem haja Clube do Sargento da Armada pelo convite e bem hajam os presentes por estarem connosco, neste dia.

 

Este não é um dia vulgar. Comemora-se o Dia Internacional da Mulher, apenas um dia em cada ano, a condição feminina assume destaque, mas isso não faz dos outros dias do ano, dias vulgares para as mulheres. As mulheres não têm dias vulgares. Cada um, é uma odisseia, uma aventura e uma batalha. Na família, na sociedade, no meio profissional, entre pares, a mulher marca-o indelevelmente com presença e com carinho. Na labuta diária ela multiplica o tempo e desdobra-se numa infinidade de papéis: mãe, esposa, amiga, mulher...

Destaca-se nas artes, na literatura, no desporto, na política, na ciência e na tecnologia. Nomes femininos serão eternamente reconhecidos e associados a todos os campos do ser e do saber. Mas há muitos outros nomes e rostos anónimos que também fazem história, mas uma história diferente, as histórias da vida de cada um. Houve sempre uma mulher...

A mulher sorri mas também chora. Por vezes, desiste de si mas nunca dos outros. Oferece força quando os outros fraquejam; Coragem quando o desânimo invade. Decide quando a vacilação espreita.

A mulher resiste mesmo nos tempos mais duros. É  a paz em tempo de guerra. O alento na hora de dor.

 

Se me for permitido um tributo ao eterno feminino, a duas grandes mulheres, imensas na dignidade, enormes na abnegação, heroínas no sofrimentos, duas mulheres nunca derrotadas, jamais derrotistas, duas mulheres que enfrentaram com a bravura própria das guerreiras e brilho no olhar, próprio da beleza intemporal, batalhas de vida e de morte. São duas mulheres que marcaram e marcarão a minha vida e nelas simbolicamente presto homenagem às MULHERES do mundo inteiro: a minha mãe e a minha filha

 

O Dia Internacional da Mulher, é o dia de todas as mulheres, sobretudo daquelas que precisam que precisam que alguém lhes dê vez e voz.

É no silêncio das mulheres amordaçadas que nos temos que indignar. Na violência das mulheres agredidas que nos devemos afrontar. Na humilhação das mulheres menosprezadas que nos devemos revoltar. Só faz sentido comemorar o Dia Internacional da Mulher se fizermos presente, aqui, a existência de todas as outras que nos quatro cantos do mundo, são sujeitas à dor, à tortura, à mutilação, à opressão, à ignorância e a todas as formas de escravização. Sobretudo por estas, se não apenas por estas, se assinala o Dia Internacional da Mulher.

 

Mas há outras. Há muitas, muitas outras...em situações sociais e contextos familiares, sofredores e opressivos, porém estas existem sem destaque televisivo. Sem reportagens jornalísticas. Há outras no nosso pequeno mundo. Na nossa cidade. Na casa ao lado. Talvez aqui e agora. Mulheres. Eternamente mulheres.

 

E porque somos mulheres, gostamos de criar e recriar. Ocupar o tempo livre (se é que temos tempo livre) com pinceladas aqui e ali. Recortes e colagens. Desta forma, surgem as coisas de mulher.

São estas coisas de mulher o pretexto para hoje, aqui, nos encontrarmos.

 

Em meu nome e no da Olívia, muito obrigada.

 

 

 

PARA VER E COMPRAR

 

(Algumas imagens)

 

 

 

img292/7554/coisasdemulher107ae7.jpg

img510/8154/coisasdemulher096cc6.jpg

 

img211/3594/coisasdemulher097tr8.jpg


05
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 23:50link do post | comentar | ver comentários (1)

Convite

 

Clube do Sargento da Armada                                                                               

Praceta do Clube do Sargento da Armada                                                     

2810-044 Feijó

 

       “Coisas de Mulher”

 Cores, texturas e sabores em pedaços de arte com marca feminina

 

 

Integrado nas comemorações do Dia Internacional da Mulher,

 

o Clube do Sargento da Armada

 

vai promover uma Exposição e Venda de Artesanato

 

de Olívia Dias e Paula Pinto.

 

 

 

Marque presença, no dia 8 de Março, pelas 16 horas, na Delegação do Clube no Feijó.

 

 

Contamos consigo


02
Mar 08
publicado por alemvirtual, às 22:09link do post | comentar | ver comentários (3)

img452/8281/margotsentadapraaki2.jpg

 

Ontem, cheirava a mimosas e a narcisos em Constância. Um céu muito azul e um sol quente lembravam a antecipação da Primavera. Uma Primavera que já não chegaste a viver...e as Estações mudam e sucedem-se como se nada tivesse mudado e tu não tivesses partido. Para nós, doeu ter sentido o frio do Inverno e a humidade dos dias de chuva...as manhãs de geada nas margens do Tejo e o quente das tardes soalhaleiras. Esta brandura de dias que se sucedem a dias, insistem em trazer vulgaridade aos dias que nunca serão vulgares.

 

Os escuteiros cantavam alegremente..."Se crês em Deus". Moviam-se ao ritmo da música...dos acordes da viola, do órgão e dos estalidos dos dedos. A Igreja da Misericórdia - obra prima setecentista - de Constância, uma vez mais, acolheu na sua talha dourada a celebração em memória do teu nome...Ana Margaret Pinto Cotovio Dias Martins. Fazemos questão de colocar o teu nome completo no caderninho do sacerdote. Ele, como se adivinhasse o nosso desejo, nunca omite apelido algum. Com a sua voz trémula, de muitos anos de vida e de uma saúde frágil, esforça-se por dizer nome por nome...E toda os fiéis ouvem o teu nome: Ana Margaret Pinto Cotovio Dias Martins...6 meses.

Acho que todos os olhares convergiram para nós. Figuras tristes em contraste com a alegria das filas da frente onde inúmeros jovens de calção azul e camisa caqui, agitavam o lenço e cantavam em homenagem a uma jovem ausente. Ausente, não. Presente. Presente nos corações e na nossa memória.

 

A tua imagem rompeu o tempo e vi-te nas escadas do altar-mor, com o traje do coro, tocando flauta. Concertos de Natal perdidos no tempo...tocavas divinamente. Talvez seja o exagero do meu coração de mãe, mas acho que não. Recordo-me dos maestros e do carinho e da admiração que tinham por ti... piano (que pena nunca te ter chegado a comprar o de cauda que querias...), trompete, flauta transversal...dava quase tudo (ou será mesmo tudo?) para te ouvir de novo interpretar o Danúbio Azul...dizias-me: "Mãe, prefiro Sobre as Ondas". Eu, teimosa e exigente respondia-te: "Se queres tocar para mim, começa pelo Danúbio..."

Era a nossa valsa preferida. Imaginava-te sempre num vaporoso vestido branco, abraçada ao teu marido, num local qualquer, verde e ornado de ramos de flores campestres. Não cheguei a

realizar o meu sonho, mas continuo a imaginar-te...

Agora, o teu marido tem rosto. Um rosto que reflecte uma alma imensa e um amor infinito...por ti, pela minha princesa...continuo a imaginar-te...dentro em breve, comemorarias um ano de casada...e nós nunca chegámos a comemorar o teu matrimónio...o tempo, roubou-nos esse tempo...nem celebraste nenhum Natal, nem nenhum aniversário, nem...sempre o tempo...mas nesse breve tempo, viveste uma eternidade.

Agora, seis meses depois, continuas a viver na eternidade.

Na tua lápide, escrevemos "Até à eternidade a tua luz brilhará nas nossas vidas. Amamos-te"

 

Ontem, Constância aquecia à luz do sol do primeiro dia de Março. O Tejo espreguiçava-se e o Zêzere adormecia...E tua acima deles...

Levámos-te jarros brancos. Sob a luz intensa da manhã, pareciam ainda mais brancos. E os muros resplandeciam de brancura. E os mármores ainda mais alvos...Mas nada se compara à tua luz...até o sol perde o brilho quando se olha para ti. Anjo, deusa, menina ou santa...

Minha Rainha Margot...

Dia 1 de Março, sábado, 6 meses depois de um sábado...

Dia 9 de Março, numa sexta-feira, há um ano atrás...o dia do teu casamento...

Parabéns A(na) M(argaret).


mais sobre mim
Março 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
14
15

16
19
20
21
22

23
24
25
26
27
29

30
31


pesquisar neste blog
 
subscrever feeds
blogs SAPO