Voltar ao passado ou ir ao reencontro de uma outra vida, foi o que fiz. E que prazer ver no mesmo sítio todas as coisas. Os mesmos lugares, as mesmas cores, os mesmos cheiros, os mesmos miminhos e abraços. Está tudo lá e estão quase todos lá. Apesar de não importar o espaço porque os trago a todos no coração, ainda assim, o "nosso" espaço é o "nosso" espaço. A família mais chegada...Os amigos e os sorrisos. As lágrimas e o impacto de uma notícia ainda não chegada a todos.
Foram dias plenos de recordações, mas também de vivências do aqui e agora.
Fiz a ligação com uma outra vida, nesta Páscoa. Páscoa necessariamente diferente de todas as outras Páscoas.
Muitas conversas, mas ainda mais silêncios sem necessidade de palavras.
Nesta Páscoa não apoiei ninguém, mas tive quem me ajudasse. Que bom sentir-me em segurança, acolhida, acarinhada. Estão sempre lá. Para tudo. Até para fazer regressar os saltos altos... Para eles serei sempre a "Paulinha". Voltei a ser a "coqueluche" da família. Deixei estragarem-me com mimos. Do filhote, da mãe, da mana e do cunhado. Das amigas e das vizinhas. E das colegas com quem trabalhei.
Cada vez mais, rejeito lamentações por "dá cá aquela palha". Lamentações permanentes. Ai que chove...ai que faz calor...ai que não tenho isto...ai que me falta aquilo...
Antigamente, quando estava prestes a esmorecer (na verdade também tenho os "meus momentos"), olhava em redor e pensava: há quem seja mais infeliz do que eu. Vamos em frente e agradecer as coisas boas que Deus nos dá.
Apesar de tudo, quero continuar a ter uma atitude positiva perante a vida. É uma caminhada difícil. Foi uma caminhada terrível. Um caminho indescritível. Mas, um dia, quando chegarmos à "meta" veremos que tudo teve uma razão de ser. Não pode haver revolta, mas aceitação. Proíbe-se o desânimo e incentiva-se a esperança. Um dia, seremos todos imensamente felizes. Reencontraremos aqueles por quem julgamos morrer de saudade. Até lá, caminhemos com um sorriso. E quando não conseguirmos sorrir, pensemos e digamos alto "eu consigo". E ainda que seja um sorriso triste, tentemos esboçar um sorriso.
É nesta certeza que voltei. Foi nesta determinação que a minha estrelinha azul viveu.
Ainda que não possa tocar as estrelas, posso e devo erguer o olhar para elas.
É este o testemunho que tenho que dar.
foto retirada denia7.blogs.sapo.pt/arquivo/caminho%20para%20o...