existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
31
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 20:58link do post | comentar | ver comentários (2)

Despedi-me do meu mês, do mês de Maio deleitando-me com as suas vozes. Vozes de timbre floral, de malva-rosa e incenso verde.

  

Sábado, noite estrelada, iluminada por uma lua ainda cheia como ventre dilatado de mulher grávida.

Convento de Cristo em Tomar, ecos divinais de cantos gregorianos, em vozes ocultas nos quatro cantos dos claustros. Adoro canto gregoriano. A última vez tinha sido na Charola do Convento. Sem ver, apenas a ouvir. Depois, um a um iam surgindo vultos difusos na penumbra. Apareciam para logo se ocultarem... o canto esse era divinal, ou não estivéssemos em local sagrado.

 

Domingo à tarde, calor intenso e uma leve brisa vinda da beira-rio. Frente ao anfiteatro do Tejo em Tancos, existe uma pequena igreja adaptada a Centro Cultura com um auditório. A acústica fabulosa valorizou ainda mais as vozes que aí se fizeram ouvir...


Centro Cultural
Municipal de Tancos

O Centro Cultural, está instalado na antiga Igreja da Misericórdia, de estilo renascentista e construída em 1585,

À sua frente, tem um bonito jardim, que corre ao longo do rio Tejo, com rampa de acesso a barcos, sobretudo para viagens turísticas para o Arripiado e para o Castelo de Almourol e, do lado de lá, vê-se o Arripiado e as suas duas rampas de acesso fluvial.

 

http://joaogil.planetaclix.pt/tan1.htm

 

Na XVIII Edição do Encontro de Coros, promovido pelo Grupo Coral de Tancos, a opção de estar nesta vila florida foi a melhor despedida de Maio.

 

Pela manhã, um treino tão breve quanto ligeiro e uma passagem igualmente rápida pelo ginásio ao ar livre no Entroncamento. Uma manhã perfeita, antevendo uma tarde ainda mais branda e traquila.

 

Foi a primeira vez que estive naquele local. Integrado na zona que se pretende como Complexo Desportivo do Parque do Bonito, onde se construíram e estão em fase de acabamento vários equipamentos desportivos, o ginásio ao ar livre é uma mais-valia, sem dúvida. Tal como são as outras "unidades". Aparentemente, tudo muito "bonito", com um pequeno grande "senão" (a juntar a muitos outros no verdadeiro "Bonito"): alguém se esqueceu de colocar pontos de água! Bem procurei por um...

Depois de inquirir a duas ou três pessoas, uma senhora informou-me de que a Câmara já tinha "reparado esse lapso" e estava colocado um bebedouro na zona do campo de futebol.

Tinha "apenas" de entrar, porque o dito-cujo estava protegido por um quadrado perfeito de grades e portas (fechadas apenas no trinco? Nem quis experimentar!)

 

Voltei para casa em marcha rápida, intercalando com umas dezenas de metros em passo lento de corrida.

Esta semana, e até à Escalada do Mendro, não vou poder treinar mais. Se o calor se mantiver, a prova vai ser ainda mais dura!

(Mas como diz o meu filho "Isto é para duros!")

 

Uma das belíssimas interpretações do Grupo Coral de Tancos

Fernando Lopes Graça : Acordai

http://grupocoraldetancos.wordpress.com/2009/06/21/videos-de-temas-corais-do-grupo-coral-de-tancos/

Música: Fernando Lopes Graça
Letra: José Gomes Ferreira


Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

 


24
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 10:15link do post | comentar | ver comentários (3)

Cheguei. Meia noite de um Domigo "quase perfeito" ou zero horas do "dia seguinte"...

 

Terei que dissociar o prazer e a beleza do sofrimento e da desilusão....a alegria de estarmos juntos da angústia de quem não sabia se "chegávamos"...

 

Que é uma das mais belas provas do mundo? Sim. Decerto. De "cortar a respiração"...uma beleza indescritível. Pena que a organização quase tenha "cortado" a respiração a muitos...

 

Por enquanto ficam estas fotos que a Ana enviou...

 

Prova: Meia Maratona Douro Vinhateiro - Régua, Portugal...slogan: "A mais bela corrida do mundo"

Local Partida: Barragem Bagaúste

Distância: 21 Km

Temperatura: acima de 30º

Patrocínios: Muitos

 ÁGUA: ZERO!

 

Brincando à entrada da "prova"

Com Magnífica (entrada Mini e Meia)

Com António e Jorge

Com António e Fernando, no tabuleiro da barragem (início da prova)

 

Tempo de Prova: 2 horas e 38 minutos!!!

Resultado?: Cheguei...viva

Anjo da Guarda: António Pereira (pois claro! Podia ser de outro modo?)

 

Evidentemente que a participação numa Meia Maratona pressupõe alguma preparação física e o conhecimento da condição e da capacidade de resistência quer física quer piscológica. Afinal são 21 Km a correr!

Evidentemente que existem variáveis, além das conhecidas e ainda das previsíveis (mas "improváveis") que podem influenciar, ou mesmo determinar o desempenho de um atleta.

Evidentemente que a Meia Maratona não era uma prova de auto-suficiência.

Pois, evidentemente.

Mas evidentemente que a Meia Maratona do Douro Vinhateiro ultrapassou qualquer definição, descrição e previsão...quase apetece dizer "Não vou por aí" - José Régio.

 

O dia esteve, de facto muito quente. Houve pontos do percurso que, segundo se diz, a temperatura ultrapassou os 36º! (à chegada à Régua o termómetro ao lado do Hotel, marcava 30º!). A Partida foi dada pelas 11h. Uma hora demasiado tardia...

 

O ambiente era de festa. Milhares e milhares de pessoas entre participantes da Mini e da Meia. Também eu estava em festa. Apesar do sol tórrido deixei-me envolver pela paisagem deslumbrante das vinhas que enlaçam os montes e concorrem com o rio em notas de tom de verde. Dancei. Saltitei como criança feliz. E estava. Porém, conhecendo a minha fraca resistência ao calor e as súbitas quebras de açúcar, a dúvida entre optar pela Mini em vez da Meia, assaltou-me. O receio, muitas vezes, tem sido o meu aliado e nunca testei verdadeiramente os limites numa prova. Pelo menos nunca mais, desde os 15 Km das Lezírias, num dia igualmente quente. Não fosse o António e o desfecho teria sido diferente... (mas isso foi uma outra prova).

 

Na V Edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro iríamos comprovar se esta seria a "mais bela corrida do mundo".

Os primeiros quilómetros, a um ritmo oscilando entre os 5´30´´ e os 5´45´´ permitiam conversar, como sempre fazemos e apreciar a paisagem. Rapidamente travámos conhecimento com uma portuguesa vinda da Suiça para participar na prova e com uma filandesa. Acordámos que 2 horas seria o tempo previsível para completar o percurso. Fomos conversando, completamente absorvidos pela beleza da paisagem.

O primeiro sinal de alerta surgiu quando o abastecimento aos 4 km (sensivelmente) apenas proporcionava uma bebida isotónica (não vale a pena referir a marca). Mais à frente encontrámos água e ao retorno, que creio ter sido aos 7 Km, um carro de Bombeiros oferecia um "chuveiro" fresco. Uma delícia no meio daquele "braseiro".

Depois disto, estivemos por nossa conta e risco. Ou seja, nada mais. Nem abastecimento de água, nem carros de apoio. Nem sequer casas particulares onde recorrer até cerca dos 17 Km! Apenas a paisagem nos confortava com a sua beleza e, a mim, o António (obrigada).

Sentia que estava em risco de desidratação. Tentei controlar. Comecei a andar aos 14 Km (muitos fizeram-no antes) quando percebi que nem aos 15, teria água. Em cada curva do caminho a expectativa de um abastecimento "fora de sítio". Mas nada! Água só no rio, inacessível da estrada, nos ribeiros e quedas de água que desciam das alturas. Aproveitámos umas gotas que desciam pela encosta num ponto que já não posso precisar. Ali se juntou uma mão-cheia de atletas que mais pareciam refugiados de guerra, caminhando esforçadamente.

A pele seca queimava ao sol. Nem transpiração já produzia. A respiração tornou-se difícil e a sensação de vómitos e de que o rio começava a dançar eram por demais evidentes. Andei durante bastante tempo. Uma eternidade...

Quando senti que estava mais controlada voltei a um ensaio de corrida lenta. A desmoralização era enorme entre os participantes. Ouvia protestos. Creio que o prazer da corrida deixou de existir para muitos.

Aos 17 Km uma alma caridosa colocou à disposição uma mangueira de rega e deu de beber a todos. Regou-nos como quem rega os campos. Mais à frente, duas senhoras tinham apanhado garrafas vazias do chão do único posto de abastecimento que vi (sem oferta, claro está) e encheram-nas com água do quintal. Ofereciam-nas. Com essa ajuda entrámos na Régua a correr. Quem aguardava nas bermas das estradas aplaudia. Incentivavam. Por mais 2 quilómetros a corrida foi uma corrida. Mas desisti. Nem sei se a "ruptura" foi mais psicológica que física.

Era o caos total perto da zona da Meta. Faltavam completar quase 2 Km. Fizemo-los a andar, mais uma vez. Ambulâncias circulavam em marcha de urgência. Nunca vi tanto aparato. Era o descontrolo. Sirenes, protestos (de quem tinha forças para o fazer), desmaios, ecos de revolta, de pânico, companheiros em completo desespero...

A RTP tinha encerrado a reportagem. Enrolavam-se cabos. As garrafas vazias no chão como vestígios de uma batalha campal. Arumavam-se faixas de publicidade da "corrida mais bela do mundo". Desmontava-se um cenário que nem nas piores previsões teria sido imaginado...

Percebi que, só depois de chegar a mensagem de que a prova estava sem água nem apoio e de os desmaios serem sucessivos à chegada é que a organização enviou ambulâncias, mas...água. Água continuou uma miragem em forma de rio...

 

Como se costuma dizer "Muita parra e pouca uva".

 

Um percurso de uma beleza extraordinária. Recomenda-se (e sobretudo que a organização funcione melhor nos suportes mais básicos a uma prova desportiva desta natureza: água e assistência). 

 

 


21
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 21:32link do post | comentar

 

São as vinhas em socalcos. As videiras em latadas, com cachos entrelaçados, subindo a encosta do Douro. São memórias aromáticas de visitas fugidias aos avós paternos...

Minha avó Beatriz era loura, alta, de olhos verdes como a minha irmã. Meu avó José era moreno, lábios carnundos e olhar profundo, como o meu pai. Dizem que me assemelho a eles.

Da avó, a minha irmã herdou a elegância, o porte altivo que nem os anos subjugaram.

Eu, acho que herdei o temperamento brejeiro e a teimosia de quem ri de si mesmo.

 

Por lá ficaram as vinhas, as cerejeiras, os castanheiros e as nascente de água fresca.

... recordo o cheiro intenso da terra abençoada; do vinho verde intenso e escuro; do arroz no forno;

... rrecordo o uivo perdido ao longe, na névoa da serra;

... recordo o tom pardo da pedra das ruas e das casas, com o branco à mistura...

... recordo a alegria de chegar...noite alta, mais altas as estrelas e a lua branca, no negrume do céu...

... recordo ainda, anos depois, menina e moça, uma serenata que alguém cantou e tocou numa viola, sentado num muro de pedra, debaixo da janela do quarto onde dormia.

... recordo o toque áspero dos lençóis de linho e um cheiro a pureza...

... talvez a pureza da infância...

 

 

Há muitos anos que não vou ao Douro. As raízes estão lá, como as memórias de cheiros, de cores e de sabores que teimam em não morrer aqui.

 

A prova? Bem, a Meia Maratona já será outra história...
(mas dúvido que haja história...)

 

http://www.meiamaratonadouro.com/


19
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 21:34link do post | comentar | ver comentários (7)

Há muitas formas de ser. Ser diferente. Ser igual. Ser crente e ser descrente. Ser o que, hoje, sou. Ser o que já não sou. Não sei onde ficou, ou sequer que começou este ser que hoje é. Somos tantos. Somos únicos. Somos sem saber que o somos. Mudamos sem deixar de ser. Tudo na mesma pessoa.

E quem poderá dizer o que define a pessoa? Há traços do seu carácter. Marcas de ser quem é. Mas o que se é e que não é, quem o poderá dizer?

 

Ando sem rumo certo. Ou com rumo, nesta constante incerteza de um rumo indefinido.

 

Muitas vezes, me ocorre a luta contra a inconguência que se trava entre o ser e o parecer. O dizer e o sentir. Quantas vezes, me ocorrem pensamentos de inconformismo. Assaltam-me dúvidas de caminhos certos. Tentam-me ideias de ingratidão. Constante (in)satisfação...Formas de (im)perfeição...

 

Antigamente (como nas histórias de encantar: em tempo que já lá vão), costumava recorrer a notícias de guerra, a imagens de fome, a desastres e catástrofes para aliviar sentimentos de desalento. Havia sempre alguém por quem me perdia com lamentos e, em contrapartida, elevava a Deus constantes agradecimentos.

 

Já não reconheço muitas formas de mim. De ser o que hoje sou. Porém, continuo a sentir a vida como benção e a desejar alcançar o horizonte.

Ontem, como hoje, continuo sem compreender como se pode passar pela vida, ignorar e recusar como ser sem rumo certo. O rumo (im)próprio da vida. E à margem da própria vida, chora-se o que não se é. Esquece-se o que se tem.

 

Cada vez mais, me apercebo que nem a pessoa que somos se reconhece. Muda-se ao longo do dia. Um dia com muitas horas e as horas com minutos e os minutos com instantes...De manhã, já se não é o que se foi nessa noite. À tarde, surge uma nova pessoa. E em cada dia que termina, a possibilidade de renascer outra vez. Sempre que a noite cai é como se um cilo de vida se fechasse. Sempre que o sol desperta, a possIbilidade de renascer para o bem. Todos os dias se pode começar um mundo novo. Um novo Eu. Basta querer. As crianças não o esquecem, apenas por que o não sabem, vivem. Sabemo-lo nós. Os adultos. Os que rumam sem rumo certo. Ou com rumo. Rumo incerto. Rumo certo. Rumo que se faz e se desfaz. Mas seja qual for o rumo, que seja de gratidão.

Senhor, apenas porque existo. Obrigada por ser quem sou.

 

Sem perguntas, sem razões, sem censuras, sem certezas...

 

Posso não saber quem sou. Posso ser sem o saber. Posso não chegar além. Porém, "Nunca desistas".  - Se me lembro? - Nunca irei esquecer. 

 

(Para "as" pessoas singulares que são lições de vida. E para aquelas que querem aprender a ser: eu. Também és?)

 

 

 

 

 


09
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 19:08link do post | comentar | ver comentários (4)

9 de Maio de 2010; 10.30 horas - Coruche - DISTÂNCIA 10 km (e ainda a Corrida da família, 2,5 km)

 

ORGANIZAÇÃO: Câmara Municipal de Coruche

 

Porque há datas que importam não lembrar, creio que a mente arranja mecanismos de auto-defesa. Quase chega ao limite do suportável...Quando essa "linha de chegada" se aproxima, qualquer coisa acontece, impedindo a loucura do sofrimento, ou o sofrimento da loucura. Não sei, nem importa. Mesmo não querendo lembrar, é impossível esquecer...mas passo ao lado desse dia e "corro" para o refúgio que é a própria corrida.

 

 

Sigo a Rota do Vinho do Ribatejo. Preferia chamar-lhe Rota das Vinhas, pois são vinhas que me acompanham. Não as da "ira" ("Vinhas da Ira" de Jonh Steinbeck). Essas são outras. Estas são vinhas que acordam para a vida depois de um longo Inverno. São "outras" vinhas. Porém... talvez o mesmo acordar.

 

O meu pequeno país é uma enorme manta de retalhos e retalhos de saberes, de cores e de sabores.

 

Passo pela Golegã, Alpiarça, Almeirim e entro numa estrada belíssima ladeada de pinheiros, sobreiros, fontes, lagoas e açudes...Raposa...Coruche. Local de destino.

Neste percurso encontro vários grupos de peregrinos. À frente de cada um deles, uma enorme cruz enfeitada de flores...nas bermas ou em marcha lenta carros de apoio com a identificação "Apoio aos Peregrinos". Vejo um carro da TVI que acompanha um desses grupos. Cruzo-me à ida e à vinda. Emociono-me. Também eu sou peregrina. É uma peregrinação que tem um cariz diferente. Mais disfarçada em corrida...Tal como eles, sigo em frente com coragem. Dói a alma. O "carro de apoio" tem outra legenda: "Clube de Atletismo do Sargento da Armada"...

 

Coruche continua com campos de arroz, com ninhos de cegonha, com "pontes" para atravessar...Voltar atrás vinte anos...Quando o arroz era mais doce. As cegonhas sinal de esperança e as pontes, pontes de afecto...

 

Chuva e sol. Abraços e sorrisos. Este é o mundo, de hoje, ao qual ainda pertenço.

 

Trago no olhar as cores dos campos em flor. Trago no coração muitos nomes coloridos. Trago no corpo a sensação de estar viva que o cansaço me dá.

 

Corri em 56 min 11 seg (no meu cronómetro) os 10 Km de prova. Ofereceram-me uma medalha que diz 7ª Classificada. Vet 2.

 

O logótipo desta prova foi excelentemente escolhido, na minha opinião...o "rasto" de uma sapatilha...São estes "passos" que marcam o "rasto" da vida...

 

 

Gostei da prova, da simplicidade, da organização e da possibilidade de existir paralelamente uma prova de 2,5Km, sugestivamente, denominada "Corrida da Família".

 

 


03
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 16:21link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Inserida nas comemorações do Dia Internacional do Trabalhador e do 40º Aniversário da CGTP-IN, realizou-se a 29ª Corrida Internacionald do 1º Maio.

Esta foi uma prova desportiva para os preferiram uma manhã de desporto:

Uma prova com a distância de 15km com partida e chegada ao Estádio 1.º de Maio na Av. Rio de Janeiro, em Lisboa. Para os menos preparados fisicamente ou que não apreciam grandes distâncias, realixou-se uma Mini-Corrida com partida da Alameda D. Afonso Henriques e precurso de 4 Km, até ao Estádio do Inatel.

Sem dúvida que foram criadas as condições para que, o Dia Internacional do Trabalhador, fosse festejado com um “hino” ao desporto, apelando à prática de exercício físico e, consequentemente, a um estilo de vida mais saudável, percorrendo as principais Avenidas de Lisboa, raras vezes percorridas a pé.

Uma vez mais, a USL/CGTP-IN convidou à participação de todos, na 29ª Edição desta Prova e, desta forma, valorizarem as Comemorações do Dia Internacional do Trabalhador.

Com cerca de 1400 atletas na prova maior e 400 na mini (segundo dados do site oficila da CGTP-IN), a manhã do 1º de Maio é associada a uma prova “clássica” do atletismo nacional, na qual muitos fazem questão de participar, tornando-a uma tradição nos seus calendários pessoais ou agendas desportivas dos respectivos clubes.

Na classificação geral, os atletas que obtiveram melhores resultados foram:

Masculinos:

1º NELSON CRUZ - GDU CAXIENSES 00:47:17

2º BRUNO FRAGA - GDR REBOLEIRA 00:47:26

3º HELDER ORNELAS - GDR CONFORLIMPA 00:48:52

 

Femininos:

 

1ªFILOMENA COSTA - SC BRAGA 00:54:10

2ª MÓNICA ROSA - MARATONA CP 00:55:02

3ª ERCILIA MACHADO - SC BRAGA 00:56:07

 

Ressalta a organização e simples e eficiente. Abastecimento de água, indicadores quilométricos, orientação no percurso e uma muito bem montada operação de corte ou condicionamento de trânsito, o que possibilitou uma corrida em segurança e um poupar no “desespero” de quem aguardava nos cruzamentos, em veículos particulares ou transportes públicos.



É uma prova emblemática da luta proletária, num dia marcadamente simbólico na vida dos trabalhadores.

O esforço da corrida...um paralelismo com o esforço da luta...

E se de sonhos e lutas se marcou este dia e se marcam todos os Dias Internacionais dos Trabalhadores, porque não fazer nascer um outro sonho? Possibilitar a presença de atletas em cadeira de rodas. Trabalhadores como todos. Atletas como todos. Pessoas como todos. Ou não? Não. Bem, em abono da verdade, sejamos justos. Os portadores de deficiências, sensoriais (felizmente vi quem não pode ver a correr), motoras ou de doenças crónicas (e quantas vezes incapacitantes) não são como eu, como tu ou como ele, cidadãos ditos “normais”. Se quisermos ser mais justos, saberemos dizer que são muito mais trabalhadores, muito mais atletas e muito mais pessoas que todos nós. Numa sociedade dita “inclusiva” e que apregoa integração, ser portador de deficiência ainda é um “lamentável equívoco”...(apesar de toda a Legislação, de todas as Declarações, de todos os Tratados...)... por isso, são mais...(uma discriminação positiva, que me entendam, por favor)



Eu, neste Dia 1º de Maio, nesta 29ª Edição da Corrida, corri um pouco por todos eles. Porque os levei no coração.

A quem me ensina (e me esninou) a ver a vida com “outros olhos”, bem hajam. E perdoem as limitações a que este nosso país vos obriga...



Ana Paula Pinto

(uma pseudo-atleta; uma trabalhadora; uma cidadã portuguesa)

 

 


01
Mai 10
publicado por alemvirtual, às 19:56link do post | comentar | ver comentários (1)

(a ida....ao encontro de...)

 

"Vesti" Maio.

 

Vesti Maio ao amanhecer sobre carris velozes rumo ao "mar". Vesti Maio nos campos olhados através da vidraça. Ao lado do Tejo, os dois correndo em direcção ao mar. Tejo sinuoso, ocultando-se em margens frondosas. Tejo fugindo do meu olhar para ser Tejo que, mais à frente, espreitava. E eu, oculta aqui, em "armadura" de ferro...

Não apenas no campo, mas na alma, se veste Maio. Evocam-se lutas. Tantas lutas, que de lutas de vontade se faz a vida. E a vida dos que, sem morte, apenas não vivem.

 

Correr é prazer repetido e sempre renovado. Correr entre amigos, nas ruas da cidade. O tempo, se importa, é o tempo de estarmos juntos (1h 32 minutos).

 

(durante..)

 

Caía uma chuva miúda e persistente como olhar de gaiata em presente prometido. Uma chuva brilhante no rosto e nos cabelos. Lembrando um verso belíssimo que diz "...chuva de prata que cai sem parar...". Prata pura no tesouro do meu Clube. Mas a chuva parou e nós partimos. O sol deu lugar à chuva (como mensageiro de que lágrimas e sorrisos correm de mãos dadas na vida). E foi sob raios alegres que contámos 15 Km. Um atrás do outro. Um passo seguido de outro (como a vida).

 

Antes de partir pensei não conseguir. Confidenciei isso mesmo a um amigo. Acrescentei em jeito de desculpa ou justificação "...loucura! Mas não somos todos loucos?"

 

Este ano, pouco brinquei na corrida. Conhecia as fachadas, as águas-furtadas, as avenidas, os quarteirões Pombalinos, as árvores vestindo Maio, os turistas e os carris do eléctrico. Até os pombos esvoaçando me pareciam os mesmo...Este ano, "vesti" uma prova diferente. Tinha o compromisso de "não desistir". Não desisti. Nunca vou desistir. E continuarei "vestindo" Maio até conhecer as esquinas de cor, até saber a cor das veredas, até que o rubro só tenha essa cor.

 

(obrigada à Adelaide, ao Fernando, ao António, à Maggui, ao Carlos e à Inês que fizeram a prova comigo...e a todos os outros amigos que vou encontrando, mas receio nomear porque me posso esquecer de algum. Porém, um nome tenho que referir: a pequena grande Vitória)

 

(depois....)

 

Haverá outro depois...

 

FOTOS DA AMMA

 

 

 

 

 


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