existe sempre alguém ...passo e fico como o universo...
28
Out 10
publicado por alemvirtual, às 20:51link do post | comentar | ver comentários (2)

"Cesse tudo o que a Musa Antiga canta"

 

L. Camões, in Lusíadas

 

Tarde nostálgica na margem dos rios. À margem dessas margens, de um e outro lado, repousa o olhar. Espelho (hoje) verde, profundo, tranquilo de águas brandas. 

Percorro caminhos de infância até chegar à casa branca frente a uma dessas margens. O tempo pára. Nao vejo o ar abandonado, mas a casa alta de portas e janelas de madeira e cortinas de renda. Em frente, uma faixa de terra cultivada de milho, separa-a do canavial que esconde a curva do Tejo.

 

Chamávamos-lhe, simplesmente, " o rio". Quando, no Inverno, a água transbordava enchendo a zona baixa da vila, detinha-se aos pés da casa. Uns degraus de pedra calcária elevavam-na e, por ali, vigiavam o avanço das cheias ameaçadoras do Ribatejo.

Vejo-me na "minha casa". Vejo-me nela e fora dela. Recordo uma vinda da escola, numa tarde amena de Primavera. Naquele tempo, usava uma bata imaculadamente branca e engomada. Não compreendi, bem, mas uma sensação estranha de estar presa nas suas pregas, invadiu-me. Tive medo de chegar a casa. Uma ambulância militar verde (ou seria azul? Nunca perguntei porque era verde e não azul) com uma cruz vermelha inscrita em círculo branco, estava parada à porta. Foi a primeira vez que percebi que os corações podem parar...

Entro em casa.

De todos os espaços, recordo aquele a que eu chamava "quarto dos brinquedos". Não que fosse um quarto destinado a brinquedos, mas apenas porque era o quarto que continha os "meus brinquedos". Não era um quarto de dormir. Ninguém lá dormia. Apenas as minhas bonecas e as bonecas da minha irmã. Os meus brinquedos "ao monte", as suas "casinhas de bonecas" organizadas.

Que diferença...

Ela, já muito "caseira" e feminina arrumava as loiças de porcelana que o pai tinha trazido de África. Tinha bules e canecas com pires. Em tom de azul e branco. Uns sofás em miniatura de um material entrançado e castanho. As bonecas sempre bem vestidas e penteadas. Tudo com horas e regras. Fazia chá e comida imaginária nos tachinhos que colocava no fogão de brincar. As minhas, pobres desgraças, sem roupas, de bocas rasgadas pelas tesouradas e braços picados pelas agulhas. Descabeladas. Despenteadas. Sujas no interior pelos líquidos que lhes enfiava boca abaixo. Enfaixadas com trapos e farrapos que ia cortando de meias velhas ou restos de tecido que sobrava dos vestidos costurados pela mãe da Joana.

Havia uma janela do género "águas-furtadas" sobre o telhado do terraço que ficava do lado da cozinha. Por ela via uma laranjeira enorme, de copa muito verde e redonda. Os ramos mais altos ultrapassavam as primeiras telhas, mercê, do terraço estar num plano mais baixo que o quintal. Pouco me atrevia por lá. Nem o lago que o meu pai tinha construído para os patos vencia o meu receio de me aventurar por ali fora...

Vestidos iguais, em manas diferentes. Ela, com sentido de organização, mandava sentar-nos nos degraus que desciam do terraço para um portão grande de madeira. Nele, como se fosse um quadro escrevia com giz o abecedário e exigia que acompanhássemos a lição. Nós, eu, a Lurdinhas, a Blita e a Luzinha, mais uma garota da qual não me recordo o nome, mas acho que era Anabela, sentávamo-nos nos degraus da escada, como se fosse um anfiteatro. Ai de quem não estivesse atenta à professora!

Vocações nascidas na infância. Ainda hoje tem olhos verdes e uma vontade imensa de ensinar. Eu, tenho olhos castanhos e não "corto" bocas a bonecas. Percebi que, talvez, não fosse esse o meu caminho. Qual seria? Nao sei. Ainda o estou a percorrer, como percorro, errante, os quartos da minha casa branca e alta de infância.

 

Ela conserva algumas louças de bonecas que escaparam aos meus descuidos. Eu, desse tempo, quase nada conservo para além de memórias, lembranças de cheiros de laranjeira e torta de chocolate. Conservo a imagem do quarto de brinquedos e o receio das escadas do sótão; as idas à biblioteca com ela e as horas passadas a devorar os livros do "Pequenu";

Ambas conservávamos umas bonecas, iguais, que o pai comprou na terra de clima mais quente (tínhamos sempre prendas iguais). Caracóis louros, vestidos cor-de-rosa (depois em tom de azul que a mãe fez) e um mecanismo ultra-moderno, a pilhas, que as punha a andar.

A boneca da minha irmã está em casa. A minha não está comigo.

 

Pelo caminho encontrei dois corredores. Olhei-os pelo vidro do carro e sorri. Os homens, se viram, devem ter pensado: "A mulher é maluca"! E pensavam bem...


26
Out 10
publicado por alemvirtual, às 19:28link do post | comentar | ver comentários (3)

O que a seguir transcrevo é um apontamento que fiz em 2007. No ano de 2010 (como em muitas outras ocasiões) lembrei-me dele e da indignação que entrou em mim e se instalou desde então... Talvez, com a sua leitura, se entenda por que, ontem, uma notícia em horário nobre de informação me tomou de assalto, provocando a mesma repulsa, a mesma revolta, a mesma raiva surda de me sentir impotente perante esta e outras "justas" (digo eu), causas sociais. Continuo a perguntar: Onde está a nossa política social? Que país é este, onde padrões tão díspares do que é prioritário (uma vez que não se pode chegar a todo lado e ao mesmo tempo) coexistem lado a lado? Que assimetrias se instalam e, pacificamente, a elas nos habituamos como se de naturais e não aberrantes se revestissem...

 

Não que tenha algo contra ginásios e promoção da boa forma e bem-estar físico e psíquico;

Não que tenha algo contra barcos que "não se afogam";

Não que tenha algo contra ferrovias...ou pistas...ou altas cilindradas...

Não tenho nada contra; apenas cada "macaco no seu galho" e, por cá, ando farta de "macacadas"...

 

Apenas tenho algo contra a promoção de tudo isso e a interdição de produtos básicos...Exagero? Basta entrar numa farmácia e ouvir os idosos, como eu ouvi ontem...ou reparar no "saquito" de compras que sai de um supermercado para uma família de 4 ou 5 pessoa...ou reparar no rosto macilento e olhar vago de muitos alunos para quem uma perna de frango é quase tão inalcançável quanto os motivos daquela "revolta" que a professora de História fala...bem..afinal, talvez não! Revolta, começa ele (e eu) a sentir cada vez mais!...

 

(com as devidas reformulações de "números", creio que há coisas que permancem actuais)

 

 

2007

Ontem disseram-me: "escreve com ironia sobre isso. é o que resulta melhor neste país"

 

Claro que só posso começar com ironia, mas nunca falar com ironia sobre a avalanche de indignação e revolta (motivada pelo sofrimento, sobretudo) que nos invade, sempre que se anunciam medidas do género e, inevitavelmente, nos fazem reviver outras situações.

Passo a explicar-me, ou melhor, reforço o pedido de explicações, FEITO HÁ MESES ATRÁS, a quem de direito, às cabeças iluminadas e de ENORME sentido de justiça social,  defensores e praticantes convictos de autênticas políticas sociais! Apologistas da exclusão, da segregação e de umas quantas hipócritas  atitudes, camufladas sob o apanágio de estimular, incentivar e proporcionar a igualdade de oportunidades e acesso de TODOS a uma vida mais saudável. Neste caso, baixando o IVA na prática de actividades desportivas.

Pois, que se promovam e criem, respectivamente, hábitos e condições, para a adopção de estilos de vida saudável, acho MUITO BEM. Reconheço o mérito de tal (é sinceramente) e congratulo-me por ser cidadã deste grande país (ironicamente)! Mas, respondam-me agora, Senhores Ministros, membros do governo a quem EU NÃO AJUDEI a eleger (aliás, se mudassem os nomes, os rostos e a orientação política, os resultados seriam diferentes ou manter-se-iam os mesmos? Eterna questão, tal como discutir o sexo dos anjos), repito, expliquem-me lá, como se eu fosse muito burra, (talvez seja e não consiga compreender a lógica que superintende a tão benevolente acção) por que razão, existem condições para reduzir o valor de IVA nesta situação e continua a persistir a situação caricata, abusiva, repugnante de se APLICAR 21% DE IVA  NA AQUISIÇÃO E ALUGUER NOS SEGUINTES ARTIGOS:

 

CADEIRA DE RODAS 

CAMA ARTICULADA

ALMOFADA

COLCHÃO ANTI-ESCARAS

ARRASTADEIRA

CHUVEIRO PARA CAMA

CREMES E AFINS DE GAMAS CONSIDERADAS "DE BELEZA" MAS UTILIZADAS PARA TRATAMENTO DE SEQUELAS DE RADIOTERAPIA E CLOIDES CIRÚRGICAS

... 

 

Pois é. Isto ainda não consegui entender. Bem, nem pensem que sou contra a medida anunciada, ontem, pelo governo. Sinto é a memória da minha filha insultada quando penso na situação que viveu, desprotegida por toda e qualquer medida governamental e de quantos necessitam de ajudas técnicas e outros produtos indispensáveis a alguma qualidade de vida, na vida que se apaga. Estabeleço comparações com aquilo que se entende por PRIORITÁRIO nas questões de saúde...

 

A Margaret teve sempre (ou pelo menos, gosto de pensar assim) tudo quanto foi possível adquirir, ou pelo menos o indispensável, para enfrentar a sua doença. Mas há quem não possa assumir essas despesas, ou será que não há? Será que 200 ou 300 € de reformas e pensões (grande parte dos nossos idosos, aufere pouco mais que isso) chegam para cobrir as despesas de uma vida diária e ainda mais as de saúde?  Muito mais que isso (não sei nem vou querer saber) pagávamos nós na farmácia e já deduzida a comparticipação do nosso sistema de saúde!

Tudo se paga! Até a MORFINA!!! (nem quero recordar o nome dos malvados comprimidos para tomar no "intervalo" dos MST....)

 

Até uma cama articulada para quem estava imobilizada totalmente (nem sequer estava em recuperação, como acontece, por vezes, o doente obrigar-se a imobilização por isto ou aquilo). As lesões na coluna com a progressão da doença, remeteram-na para a paralisia total, em questão de horas.

Agora, digam lá, é justa a minha revolta quando ouço o nosso governo, envaidecido ao máximo, anunciando estas medidas? Será legítimo aplaudir quando estou prestes a explodir de indignação?

Não consigo. Há medidas boas, sim. Esta será uma delas - vejamos os resultados. Mas, Senhores Ministros, há ainda muito por fazer.

Venham-me lá falar de PROTECÇÃO NA DOENÇA!!!!

 

 

 

Já ouviram falar da pirâmide de Maslow? Olhem com olhos de ver para o Zé Povinho e tirem as vossas conclusões.

 

Eu, sempre que puder, falarei e quando não puder falar, espero que outros o façam por mim.

 

"Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não...."


24
Out 10
publicado por alemvirtual, às 16:43link do post | comentar | ver comentários (9)

Há alguns anos atrás, escrevi algo sobre uma "corrida que não fiz" (http://alemvirtual.blogs.sapo.pt/2007/02/). De vez em quando, acontece. Mais vezes que as desejadas, se desejar algo e não o concretizar pode caber em "mais vezes que"...Penso, que nunca deveria não acontecer o que fosse desejado, ou que, por obrigação do destino, estivéssemos condenados a ser felizes. Sim. Gostava deste determinismo: Ser feliz! Um feliz e sedutora imposição.

 

Continuo sem poder correr, ou andar normalmente. Porém, a minha lesão tem melhorado tanto que pedi para ser inscrita na Corrida da Cruz de Pau. Será no próximo fim-de-semana e, que não seja apenas mais um sonho, dos muitos que tenho adiado...

Adiada fica a Maratona do Porto (um sonho alimentado em segredo, ou quase, incentivado pelo carinho da "minha sombra" e de algumas "sapatilhas confidentes"...

Adiados ficam os treinos regulares que mantinha.

Adiada fica a leveza no alcance de subidas conquistadas.

Adiada fica a descida agreste aos dias que passam e aos passos que ficam por dar. Adiada, porque me recuso a ceder ao desânimo e à desistência.

 

Um dia, a propósito da Prova do Fim da Europa, lembro-me de ter dito que se "dura era a prova que se impunha, mais dura a minha razão por vencer". Assim continuo.

 

Com outros passos se fez Almeirim, na rota da Sopa da Pedra, no rumo da descoberta, no sabor da amizade e no calor de uma noite ventosa e fria.

 

Houve estrelas que sorriram, olhares que brilharam e folhas secas que o vento soprou para longe. Como dores que se afastam e sonhos que se desenham. Numa noite sem o azul e branco do meu clube, outra leveza com muitos quilómetros me fez sorrir. Olhando o negrume da noite, num abraço de um rio, deixa de haver horizonte, porque outros passos me levam além de mim.

 

Assim permaneço.

 

(Parabéns aos elementos do meu Clube por mais uma prestação! Não existe nada de mais valioso que o carinho entre os Atletas do CSA)


20
Out 10
publicado por alemvirtual, às 21:16link do post | comentar | ver comentários (3)

Hoje apetece-me ser "má-língua". Destilar fel, tão amargo quanto o "veneno" em demasia que vocifero alto e bom som, como se de um comício político se tratasse, ou de uma qualquer campanha propangadista de marketing agressivo e duvidoso. Tanto "fel" que não cabe na vesícula e me faz andar contra-corrente.

Ora...também posso ser amarga ao natural, ou naturalmente amargosa, não?

 

Por vezes, são pormenores ínfimos que fazem "rebentar as costuras", já de si pouco consistentes de encaixarem, em tão pouco "saco", tanto que se "engole"...

 

Ora, vinha eu (melhor, ia eu, para quem lê) na minha Auto-Estradinha, chamada A23 que, dentro em pouco, me custará mais uns euros percorrer, fora do limite de velocidade permitido por lei (rondava os 125 ou 130Km/h) pois ia atrasada para uns exames médicos e tinha estado no "posto de trabalho" até "à última" (sim, que os professores trabalham, contrariamente ao que dizem boas-línguas, mas desconhecedoras do sistema)...

 

...ai que eu hoje ainda me perco...tal é o azedume e as explicações acrescidas...fosse uma encenação e seriam didascálias...

 

...e vinha eu por ali fora, controlando o meu carrito que fará 16 anos em Novembro próximo (não existe transporte público para os 80 Km ida e volta que faço diariamente  - não, isto não é lamúria que tenho colegas a fazerem 300km!!!...com filhos, família e etc e tal...cães, gatos e afins....pais envelhecidos ou em tratamento ambulatório, de quimioterapia, por exemplo), dizia eu....vinha por ali fora, tentanto não ultrapassar demais o limite de velocidade (até porque seria quase suicídio, dadas as condições da viatura) e vejo pelo retrovisor umas luzes azuis que me pareceram de "emergência"...vinham ao longe...olhei de novo em frente e passam uns meros instantes...

Bem...não fui arrastada "borda fora" que os meus 45 quilitos de peso, aliados a uma carroçaria "daquelas estilo monte de sucata", me "fincaram" firme e quase hirta ao asfalto que escasseia na minha dita auto-estradinha!

 

As luzes que me pareceram "emergência" eram, de facto, de veículos prioritários de GNR, assinalando os mais prioritários ainda "topo de gama" pretos, reluzentes, vidros escuros que, estilo coluna militar em estado de guerra declarada, passaram em vertiginosa aceleração! Deveriam ser aí uns 10 ou 12 que nem os consegui contar:-) Muitos eram! Tantos que me perguntei se não seria o ESTADO em peso que verificava, in locco, o outro estado, o do pavimento e o do tempo, para fornecer resultados a uma qualquer comissão de inquérito sobre o "estado" de quem diariamente percorre aquela via, rumo à produtividade deste país.

Não...seguramente era "estado" a mais, concluí. O meu "estado" é que não me deixa ver a "coisa" clara e simples...

Mania que tenho de me desligar do mundo e usar óculos cor-de-rosa...

Mas não. Sempre não. Hoje, mercê de uma qualquer super-produção biliar, fui mordaz. Fui irónica. Fui amarga. Fui azeda. Fui tudo a quanto sou "obrigada" neste país...Apenas numa coisa continuo a achar que sou diferente. Como não aprecio "carneiradas" nem velocidade excessiva, apenas agradeci a Deus e ao Estado da Nação o facto de não ser eu a ocupar uma alta cilindrada daquelas...  

 

Sem lamúrias... mas com muito fel à mistura! Que raio de mania de poupar dinheiro! "Andam" à dúzia que é mais barato, ou era mesmo todo o Staff existente que, hoje, cruzou o meu caminho?

 

Só espero que a Brigada (que agora nem sei como se chama) e que estava mais à frente sobre um viaduto com um lindíssimo aparelho de "fotografar" tenha tido tempo para registar tão belos exemplares...São recordações que ficam para a posteridade...perdão, para a austeridade:-)

 


19
Out 10
publicado por alemvirtual, às 20:35link do post | comentar | ver comentários (6)

Meados de Outubro; de um mês com contrastes; de uma estação atípica; de rumos incertos na certeza dos rumos que passam...

 

Gosto de "rumos"; mais do que caminhos; caminhos há muitos, mas rumos são poucos. Rumos lembram-me certeza. Certeza recorda-me segurança. Segurança transmite-me paz e confiança. Por isso, gosto de rumos.

Os rumos lembram-me traços e linhas; Antes errar no rumo que rumar por caminhos errados.

Que fazer?

Há quem seja conformista. Quem opte pela sensatez do previsível. Quem se satisfaça com o pouco, com receio que o muito seja demais.

Eu não.

Não quero pouco. Antes quero nada. Quero muito, porque quero tudo. Se fizesse da vida uma escada, subiria até ter vertigens. Nunca os primeiros degraus diriam "já basta"; "já vejo o mundo de cima". Quereria subir para ver acima do que estava acima do já visto.

Estes "tudos" podem ser nadas. Que importa? Importa que para mim sejam tudo.

 

Importava poder correr. Pouco? Não! Tudo. Por isso, já disse à minha "chefe":- Nem que seja de canadianas, farei os 20 Km de Almeirim.

Sim...agora, nem um passo normal consigo dar, mas... amanhã é outro dia.

 

E, a certeza da incerteza do rumo, calça umas sapatilhas meio gastas dos rumos que vai traçando...

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=uxBEy61xN-A

 

 

16
Out 10
publicado por alemvirtual, às 20:48link do post | comentar

Obrigada a quem me enviou estas fotos. A todos que tenham fotos dela, por favor, enviem. Eu agradeço. Têm um valor incalculável, conforme facilmente se compreende.

 

http://www.youtube.com/watch?v=ffYl4oGAojk

http://www.youtube.com/watch?v=murw1tKAzjA

(A mulher que eu amo, de Roberto Carlos)

 

ANO DE 2006

A mulher que eu amo
Tem a pele morena
É bonita, é pequena
E me ama também

 

A mulher que eu amo
Tem tudo que eu quero
E até mais do que espero
Encontrar em alguém

 

 

A mulher que eu amo
Tem um lindo sorriso
É tudo que eu preciso
Pra minha alegria

A mulher que eu amo
Tem nos olhos a calma
Ilumina minha alma
É o sol do meu dia

 

Tem a luz das estrelas
E a beleza da flor
Ela é minha vida
Ela é o meu amor

 

A mulher que eu amo
É o ar que eu respiro
E nela eu me inspiro
Pra falar de amor

 

Quando vem pra mim
É suave como a brisa
E o chão que ela pisa
Se enche de flor

 

A mulher que eu amo
Enfeita a minha vida
Meus sonhos realiza
Me faz tanto bem

 

Seu amor é pra mim
O que há de mais lindo
Se ela está sorrindo
Eu sorrio também

 

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade

 

 

 

 

 

 

Passagem de modelos aos 17 anos


11
Out 10
publicado por alemvirtual, às 01:21link do post | comentar | ver comentários (12)

 

Já imaginou se, de um dia para o outro, ficasse a saber que tem uma doença terminal, e que essa mesma doença lhe iria provocar sofrimento até ao fim? Em Portugal, a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos e, por isso, considerados um crime de homicídio.

O debate impõe-se, numa altura em que se sabe que 39% dos médicos oncologistas defendem a legalização da eutanásia. É um estudo da faculdade de medicina da Universidade do Porto, que associa o facto à ineficácia dos cuidados paliativos em Portugal.

Morrer com dignidade é ainda uma miragem. Morre-se sozinho, longe de casa, outros ficam à espera de uma vaga numa das 20 unidades de internamento de cuidados paliativos. Seriam necessárias pelo menos 100.

Para os que podem pagar, a alternativa é morrer em países como a Suíça, onde o suicídio assistido é permitido. Sabe-se que há já, pelo menos, 7 portugueses inscritos na associação «Dignitas», uma associação suíça que pratica o suicídio assistido com cidadãos estrangeiros.
São depoimentos lúcidos, corajosos de quem quer apenas morrer com dignidade.

«O Céu visto da Terra» é uma reportagem da jornalista Ana Leal, com imagem de Júlio Barulho e montagem de Pedro Cordeiro, a ver esta segunda-feira em «Repórter TVI», a seguir ao Jornal Nacional.

 

http://www.tvi24.iol.pt/eu-vi/reporter-tvi-o-ceu-visto-da-terra-ana-leal-grande-reportagem/1198027-4646.html

 

Repórter TVI, dia 11.10.2010.

 

passagem de modelos aos 17 anos

2006

 

Porque há Estrelinhas que partiram da Terra...

Porque há Caminhos que conduzem ao Céu...

Porque há tormentos que mostram o Inferno...

 

E porque há rostos belos que importa não esquecer;

E porque há mortes que ensinam a brevidade da vida;

E porque há vidas que mostram a morosidade da morte...

 

 


10
Out 10
publicado por alemvirtual, às 22:28link do post | comentar


04
Out 10
publicado por alemvirtual, às 17:06link do post | comentar | ver comentários (19)

   Foto "roubada" do álbum da Isabel em http://palavrasdecorredor.blogspot.com/ do meu amigo António Almeida

 

Foi ontem. De Alqueva a Portel numa distância, mais ou menos, de 36/37 Km. Fui a 3ª classificada no escalão F45 (claro que éramos apenas três! Por isso, estes "destaques" são relativos. Mas não fui a última a chegar. Nem desisti. Isso é o meu melhor prémio).

Gastei 5h 10 min, mas cheguei ao fim. Eu e uma dor terrível nos tendões do calcanhar. Nenhum "mazela" adquirida na prova, apenas agravada. Agora, vamos ver se recupero para os próximos desafios (não sei se iriei conseguir). Por enquanto, estou em respouso quase absoluto.

 

Na véspera, estava indecisa entre correr a prova mais pequena (numa extensão de cerca de 22 Km) e o trail maior que, por motivos relacionados com algumas impossibilidades de cumprir o percurso previsto, teve de ser alterado na sua distância. Assim, a distância final seria fixada nos 37 Km. Um desafio imenso para mim...

 

Amanheceu. O céu cinzento e o vento frio afirmavam um Outono que o sol da véspera teimava em desmentir.

Entrei no autocarro que nos levaria até Alqueva. Este tinha uma identificação "Trail" e, à entrada, uma pessoa da organização informava: "Apenas para a prova grande". Senti-me como à entrada dos túneis de acesso à montanha russa Space Mountain na Disney em Paris. Só para não parecer fraca diante dos meus filhos e inspirar-lhes confiança, ia avançando. Cada patamar que me aproximava da entrada "fatídica", acentuava a impossibilidade do retorno. Foi a mesma sensação à entrada do autocarro: "agora, não posso voltar atrás".

 

A banda de música de Portel alegrou a partida da caminhada que se fez no mesmo ponto dos participantes no trail. Umas esculturas em bronze de homenagem ao "Malheiro", transportam a imaginação para o "estado selvagem" da natureza que nos circundava. E eu ia entrar nela...

Partimos. Caminhos largos de terra batida, uma imensidão à nossa volta, o azul da albufeira e o silêncio da paisagem transmitiam serenidade. Talvez seja o que melhor define a sensação de penetrar naquelas paragens: tranquilidade, paz e harmonia. Foram quilómetros sem nunca encontrar um povoado, uma pessoa além dos atletas, ou qualquer marca da "evolução" dos tempos. Apenas as cercas de arame revelavam que estrávamos em domínios privados. E o gado bovino denunciava o controlo humano. Tudo o resto era o Alentejo em estado puro. Alentejo nunca antes visto. Bandos de perdizes esvoaçavam à nossa aproximação. Marcas de javali faziam-me estar atenta aos "perigos" que julgava existir atrás de cada moita ou sobreiro mais antigo.

Alentejo de subidas e descidas. De cor térrea e manchas verdes. De secura e riachos resistentes. De vales frescos e encostas áridas. De estevas brilhantes e urzes intensas. Vale a pena descobrir os contrastes alentejanos.

 

Até ao quilómetro vinte, a dor que trazia no calcanhar há dois dias, deixou-me correr. Sentia um prazer enorme na leveza das subidas! Depois, instalou-se de forma rápida e profunda.

Desde a partida que os 3 AP corriam juntos ( eu, Ana Pinto, António Pereira e António Pinho). Como sempre, há um que nunca me deixa e o outro não quis deixar também. Pelo caminho partilhou comigo gel, açúcar, água e palavras de incentivo. Até à chegada os 3 AP ficaram juntos. E de mãos dadas (um gesto que nos une) cortámos a linha de meta. Nesse instante, as nuvens escuras desfizeram-se em grossas gotas de chuva. Começou um verdadeiro dilúvio. Mas dentro de nós, continuava a brilhar um sol envergonhado que, aqui e ali, ia sorrindo, enquanto via avançar três pontos de loucura sobre o pó alentejano.

 

Foi uma prova fantástica:

- Excelente organização e coordenação de meios.

- Abastecimentos fartos.

- Percurso lindo e assinalado correctamente (em alguns pontos poderiam ter colocado mais fitas; é a única sugestão a fazer)

- A equipa de massagem revelou uma qualidade de serviço extraordinária.

- O acolhimento e as condições no pavilhão desportivo foram irrepreensíveis.

- A facilidade de transporte a partir de Lisboa é um aspecto extremamente positivo.

- O cozido de grão estava uma maravilha

 

O MUNDO DA CORRIDA porporcionou-nos momentos muito agradáveis de convívio.

 

Parabéns a toda a equipa envolvida!

 


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