(a ida....ao encontro de...)
"Vesti" Maio.
Vesti Maio ao amanhecer sobre carris velozes rumo ao "mar". Vesti Maio nos campos olhados através da vidraça. Ao lado do Tejo, os dois correndo em direcção ao mar. Tejo sinuoso, ocultando-se em margens frondosas. Tejo fugindo do meu olhar para ser Tejo que, mais à frente, espreitava. E eu, oculta aqui, em "armadura" de ferro...
Não apenas no campo, mas na alma, se veste Maio. Evocam-se lutas. Tantas lutas, que de lutas de vontade se faz a vida. E a vida dos que, sem morte, apenas não vivem.
Correr é prazer repetido e sempre renovado. Correr entre amigos, nas ruas da cidade. O tempo, se importa, é o tempo de estarmos juntos (1h 32 minutos).
(durante..)
Caía uma chuva miúda e persistente como olhar de gaiata em presente prometido. Uma chuva brilhante no rosto e nos cabelos. Lembrando um verso belíssimo que diz "...chuva de prata que cai sem parar...". Prata pura no tesouro do meu Clube. Mas a chuva parou e nós partimos. O sol deu lugar à chuva (como mensageiro de que lágrimas e sorrisos correm de mãos dadas na vida). E foi sob raios alegres que contámos 15 Km. Um atrás do outro. Um passo seguido de outro (como a vida).
Antes de partir pensei não conseguir. Confidenciei isso mesmo a um amigo. Acrescentei em jeito de desculpa ou justificação "...loucura! Mas não somos todos loucos?"
Este ano, pouco brinquei na corrida. Conhecia as fachadas, as águas-furtadas, as avenidas, os quarteirões Pombalinos, as árvores vestindo Maio, os turistas e os carris do eléctrico. Até os pombos esvoaçando me pareciam os mesmo...Este ano, "vesti" uma prova diferente. Tinha o compromisso de "não desistir". Não desisti. Nunca vou desistir. E continuarei "vestindo" Maio até conhecer as esquinas de cor, até saber a cor das veredas, até que o rubro só tenha essa cor.
(obrigada à Adelaide, ao Fernando, ao António, à Maggui, ao Carlos e à Inês que fizeram a prova comigo...e a todos os outros amigos que vou encontrando, mas receio nomear porque me posso esquecer de algum. Porém, um nome tenho que referir: a pequena grande Vitória)
(depois....)
Haverá outro depois...
FOTOS DA AMMA