O mês de Novembro avançava a passos largos. Quase tão largos quanto a sua passada. Tinha entrado no bulício da cidade. Apressado. Saído para a rua, naquele final de dia, quando a noite também alarga a passo para chegar à frente das luzes amarelas dos passeios. Uma corrida de luzes e de sombras. Desafiava o tempo. Estugava o passo e sorria. A temperatura baixava, consideravelmente, apesar do dia ter sido soalheiro. Aconchegou a gola do casaco e sorriu ainda mais. Uma sensação de conforto invadiu-o. Protegido do frio antecipou o prazer do calor da sua lareira acesa. Tinha pressa. Dentro de uns minutos rodaria a chave na fechadura...
Amanhã vou a nova consulta. Este fim-de-semana vou experimentar correr! No sábado fará 1 mês e 17 dias sem correr (não digo "calçar sapatilhas", como seria habitual, pois... Tenho saudades da "prisão" dos saltos e da "liberdade calçada" ao fim da tarde).
...ainda ouviu um grito abafado. Depois, mergulhou nas trevas da inconsciência...
Não é trágico. A história continua de modo (im).previsível...