Se não fosse ter companhia, hoje, não teria corrido. Aliás, há meses que não corro. Excepção feita de uns dois ou três treinitos que nunca ultrapassaram os 45 minutos, desde o dia 3 de Outubro não sentia o prazer de calçar umas sapatilhas.
A lesão que contraí no Trail do Alqueva está mais teimosa que eu! Ela a querer ficar. Eu a querer que vá embora. Estamos a medir forças. Sei que serei eu a vencedora. Acreditar é quase garantia de sucesso.
Já era noite quando cheguei a casa. Os dias começam a ser maiores. O sol deita-se mais tarde, mas eu continuo a levantar-me cedo. Sim, já saio de casa com um sorriso quase tão brilhante como a luz dos últimos dias. Não há nada como a luz de uma quase Primavera para alegrar o espírito e revigorar o corpo. E se a isto juntarmos a possibilidade de uma corrida, com o eco de mais uns passos...Perfeito.
Noite cerrada, mas até o escuro me parecia amigo. Temperatura amena. Uns exercícios leves de aquecimento e lá fui eu mais feliz que criança em dia de aniversário.
Corri 34 minutos num ritmo que se deve ter situado entre os 5.20/5.30. Difícil a respiração. Foi impossível manter o ritmo e uma conversa. Devia ter abrandado, mas não quis. Nunca pensei estar em tão má forma...
O pé continua a doer, mas não estou com disposição para lhe dar mais tréguas...
Felicidade é a vivência de alguns momentos. E há momentos em que sou verdadeiramente feliz. Nos meus passos; nos teus passos. No brilho da face rosada.